Família real 'quebrou cofrinho' e desligou aquecimento de palácios em 2022
Ontem (29), a família real divulgou o relatório financeiro deste ano, que demonstra que a realeza gastou mais do que recebeu do povo britânico nos últimos meses.
O período compreendido pelo documento é de março do ano passado a março deste ano, portanto inclui despesas com o jubileu de platina, o funeral da rainha Elizabeth 2ª, a transição da rainha para o rei Charles 3º e alguns preparativos da coroação dos novos monarcas.
A realeza recebeu 86 milhões de libras (cerca de R$ 526 milhões) e gastou 107 milhões de libras (cerca de R$ 658 milhões), o que significa que a família real precisou "quebrar o cofrinho" para fechar as contas deste ano, em que houve um "período excepcional de transição" após a morte de Elizabeth 2ª, segundo os documentos.
Houve uma redução no aquecimento dos palácios para diminuir a emissão de gases. Para tanto, a temperatura padrão de cômodos ocupados durante o inverno foi de 19?°C e em cômodos desocupados, 16?°C. Os funcionários também foram orientados a se atentar a perdas de calor que poderiam exigir mais uso de energia. Nos finais de semana, os palácios mantiveram uma temperatura mínima padrão. Segundo a realeza, essas iniciativas diminuíram em 16% a emissão de gases das residências reais.
A família gastou mais de 1 milhão de libras (cerca de R$ 6,2 milhões) em viagens de helicóptero para compromissos oficiais. A viagem mais cara custou mais de R$ 1,1 milhão e foi feita por Charles e Camilla para a reunião de governantes da Commonwealth, em Ruanda. Eles viajaram em um voo fretado.
O período também registrou o ano em que a família real recebeu mais correspondências na história. O Palácio de Buckingham recebeu 183.207 correspondências: 67.963 itens nos cinco meses antes da morte da rainha Elizabeth 2ª, e 115.244 itens recebidos após a morte da monarca.
Como é calculado o valor que a família real recebe dos britânicos?
O valor é baseado no Patrimônio da Coroa, avaliado em 16 bilhões de libras (mais de R$ 97 bi) em 2022. O patrimônio da coroa é uma espécie de fundo de investimento privado, gerido por um conselho de administradores e presidido pelo monarca regente. Grande parte da sua receita vem da gestão e exploração comercial de propriedades espalhadas por todo o território do Reino Unido.
Vale ressaltar que o Patrimônio da Coroa não é propriedade privada do rei, apenas pertence a ele durante seu reino. Portanto, ele não pode vender os bens ou tomar os lucros para si.
Entenda o cálculo: o lucro do Patrimônio da Coroa é pago para o Tesouro Britânico. Desse valor, 15% vai para o Fundo Soberano, pago pelo Tesouro Britânico à família real. Desde 2017, porém, ficou acertado que a família real receberia 25% desse valor por dez anos, para pagar a grande reforma pela qual o Palácio de Buckingham está passando.
Portanto, do total de 86 milhões de libras, 34 milhões são destinados à reforma de Buckingham.
O Fundo Soberano custa aproximadamente 1,29 libras (cerca de R$ 7,90) por cidadão do Reino Unido.
O Fundo Soberano só pode ser usado para pagar por compromissos e funções oficiais da família real e é usado, em sua maior parte, na manutenção de propriedades e no pagamento de funcionários.
Essa não é a única fonte de renda da família real, que também tem propriedades privadas, e também não cobre todos os gastos da realeza, já que não contabiliza, por exemplos, gastos com segurança, feita geralmente pela Polícia Metropolitana de Londres.
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