O que o Brasil quer assistir? Público é exigente e gosta de filmes de fora
Foi-se o tempo em que apenas as produções hollywoodianas ficavam na boca do povo brasileiro. Com a chegada das plataformas de streaming e o fortalecimento das redes sociais no país, os hábitos de consumo mudaram e o público ficou muito mais aberto para conhecer o novo.
Ao analisar os conteúdos mais vistos na Netflix nos últimos meses, além de produtos nacionais e norte-americanos, que dominavam as listas no passado, nos deparamos com produções da Dinamarca, Espanha, Turquia e Coreia do Sul ganhando força.
Dos 10 filmes mais assistidos em junho na plataforma, "Uma Linda Vida" (Dinamarca) e "Seja Você Mesma" (Turquia) chamam atenção. Quando o assunto é seriado, "Perfil Falso" (Colômbia) e produções coreanas, como "Cães de Caça" e "Dra. Cha", marcam presença.
Para o ator e diretor Gabriel Calamari, que faz lives semanais sobre cinema e alimenta um canal no Telegram sobre o assunto, o público tem exigido diversidade e provocado mudanças nas produtoras e plataformas de streaming.
"Antigamente, o player apostava no que achava que o público ia assistir. Agora tem acontecido o contrário, o público diz o que o produtor deve fazer", avalia.
Márcio Paulo Veloso Ferreira, criador da página Um Filme Me Disse, que tem mais de 2 milhões de seguidores no Instagram, conversa diariamente com pessoas apaixonadas pelo audiovisual e acompanha a mudança de consumo na prática.
Ele acredita que o streaming, além de democratizar o acesso, produção e alcance de filmes, séries e novelas fora do eixo estadunidense, fez com que os brasileiros tivessem a chance de conhecer outras culturas, maneiras de se contar histórias e visões de mundo.
"Não acho que seja uma coincidência, por exemplo, os sucessos das séries coreanas e japonesas. Na minha opinião, elas lembram bastante o tom mais novelesco com o qual o brasileiro está acostumado, mas traz uma outra roupagem e um universo que reproduz outros hábitos e costumes e isso é muito estimulante", conclui o influenciador.
Situação semelhante é vista nas novelas da Turquia, que dominaram o streaming brasileiro — não apenas na Netflix. Em junho, por exemplo, "Minha Menina", uma série turca, ficou no Top 1 da HBO Max, que já conta com outros títulos do país em seu catálogo, como "Será Isso Amor?", "A Agência" e mais.
Ou seja: o brasileiro está exigente e não quer mais ficar restrito a Hollywood. Com a facilidade de aproveitar produções de fora agora no streaming, a ideia é cada vez mais expandir novos formatos e experiências.
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