Marido de Spiller diz ignorar ataques sobre aparência: 'Ainda posso mudar'
"Já me chamaram de tudo". Pablo Vares, 33, tem sido alvo constante de ataques de haters nas redes sociais. O músico nascido no Uruguai e que vive no Brasil desde 2012 ganhou uma fama que jamais imaginou após o casamento com Letícia Spiller, 50, se tornar público e desde então sofre com críticas à sua aparência.
Em entrevista a Splash, Vares conta que utiliza do humor para rebater os ataques por entender ser necessário provocar uma reflexão se é realmente relevante deixar mensagens negativas por puro ódio.
"Achei no humor uma forma de me comunicar e de provocar uma reflexão positiva nas pessoas sobre os problemas negativos da sociedade. Dessa forma tem se tornado uma experiência transformadora para mim e para todos que me acompanham", disse.
"Mendigo", "sujo", "desnutrido" e "desleixado" são algumas das ofensivas que aparecem nas publicações de Pablo Vares nas redes sociais. Indagado se tem a intenção de fazer algum procedimento estético para mudar, o artista aponta que é feliz com sua aparência e ainda poderá passar por novas mudanças visuais.
Absolutamente não. Já tive vários visuais na minha vida. Tive cabelos longos na infância e adolescência, raspei cabeça durante cinco anos enquanto me dedicava ao muay thai e hoje deixei a barba e embaracei meu cabelo para formar os dreadlocks. Já me chamaram de tudo, tanto de bom quanto de ruim, o qual é muito curioso para mim.
Pablo Vares
"Ainda posso mudar ao longo da estrada que tenho pela frente e não me surpreenderia que muitos que hoje me chamam ou chamariam disso ou aquilo, me chamem de exatamente o oposto o dia de amanhã. Assim é o ser humano e temos que saber relevar, mas também evidenciar para poder trabalhar em prol de uma mudança positiva nos nossos pensamentos e padrões como sociedade", completa.
Enquanto alguns famosos recorrem a terapias, yoga e meditação para aliviar o estresse, Vares diz que recorre a tarefas do dia a dia para refrescar a cabeça.
"Lavo louça, prático esporte, faço a minha arte, que são atividades altamente terapêuticas. Acho que meu jeito de ser, meu modo de vida e minhas experiências naturalmente me ajudam a relativizar essa situação e não levar pro coração as coisas ruins", detalha.
Fama repentina
Pablo Vares e Letícia Spiller estão juntos desde 2016. Após se conhecerem na peça de teatro "Dorotéia", eles viveram uma paixão intensa, decidiram morar juntos um ano depois e estão juntos há sete anos.
Além do susto com o assédio sobre a companheira, Vares precisou aprender a lidar com a fama repentina e se diz grato pelo apoio emocional da atriz para os desafios da vida.
Desde que nos conhecemos, ela me trouxe todo o apoio e fortaleza emocional que um relacionamento baseado no amor e respeito traz. O que aprendo com ela vai além de limites geográficos e culturais, aprendo da vida.
Pablo Vares
"O artista de rua está muito exposto, mas é um tipo de exposição diferente de aquele que a fama traz. Isso foi uma coisa nova para mim e tive que me adaptar mas, rapidamente, se tornou em mais um aspecto cotidiano da minha vida", aponta.
Confira o outros destaques da entrevista com Pablo Vares:
Quando decidiu morar no Brasil? O que você fazia por lá? "Nasci e fui criado em Montevidéu, Uruguai, onde morei até os 22 anos de idade. Exerci diversas profissões e tive vários trabalhos após terminar o colégio. Entre elas, e a última antes de vir pro Brasil, trabalhando com gesso e pintura na construção civil".
"O Brasil é um país gigantesco e cheio de possibilidades. Me deparei com essa surpreendente realidade quando fui convidado para trabalhar como instrutor de muay thai, em Campinas. Nesse momento, vi a oportunidade de correr atrás daquilo no qual eu acreditava e mais fazia meu coração vibrar, que era a música".
Profissão instrumentista: "Depois de Campinas, fui morar com familiares por parte de mãe, que é brasileira, no Rio Grande do Sul, e trabalhei durante três anos com companhias de dança e tocando na noite. Após esse período, que contribuiu também como parte da minha formação artística e tendo esgotado todos os recursos e possibilidades na região, decidi ir em busca de novas oportunidades tocando nas ruas do Rio de Janeiro. Toco outros instrumentos também, principalmente, o handpan e ukulele, mas não canto".
Como é se apresentar nas ruas? "As ruas são minha essência. Foram minha principal escola e determinantes na formação não só da minha música e performance artística, como também do meu caráter".
"As ruas nunca me deixaram na mão e posso dizer que sempre fui bem tratado em termos gerais apesar de existir, sim, um certo preconceito. Não só por parte do público, mas também de outros artistas. Sempre enalteço as virtudes da rua mas devo confessar que enfrentar sua realidade diária não é um trabalho para qualquer um".
"Hoje também me apresento também em teatros, programas de rádio e televisão, universidades, festivais, espaços culturais, retiros espirituais. Toco em todas partes, sou todo terreno. A arte é grande demais para ter limites".
Letícia Spiller contou à revista Quem que não descarta ter filhos aos 50 anos. Planejam engravidar em 2023? "Tudo pode acontecer!".
Planeja voltar a morar no Uruguai? "Não me vejo morando no Uruguai em nenhum futuro próximo ou distante, mas a gente nunca sabe. O Brasil, apesar das suas dificuldades, continua sendo um lugar maravilhoso, cheio de riqueza natural e humana, com muitas possibilidades a oferecer. Afirmava isto quando trabalhava, exclusivamente, nas ruas tocando todo dia para ter uma marmita que comer e afirmo isto hoje também".
Quais são seus sonhos? "Aprender a cada dia. Continuar espalhando arte e trabalhar por um mundo onde as pessoas possam não ter medo de seguirem seus corações, de serem elas mesmas, quem elas são e, assim, conquistarem seus sonhos".
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