Por que Casamento às Cegas LGBTQIA+ exigiria adaptações? Diretora explica
Você acredita em amor às cegas? O Casamento às Cegas é um dos sucessos da Netflix há três anos por promover o envolvimento amoroso entre homens e mulheres sem a famosa troca de olhares. O reality show de experimento do amor tem uma chuva de pedidos para a produção de uma edição com a participação de casais LGBTQIAP+. É possível?
Em entrevista a Splash, Cassia Dian, diretora de Casamento às Cegas, conta que um formato com casais LGBTQIAP+ está no radar da Netflix. Ainda sem uma data para início da produção, a versão precisaria passar por uma adaptação na fase das cabines para que nenhum dos participantes se conheçam antes do esperando sim.
"Me perguntam muito. Para a gente ter uma versão LGBTQIAP+, precisamos reestruturar a organização dos lounges. A gente não pode deixá-los juntos, porque já sai casamento ali e eliminaria uma premissa do programa, que é se conhecer às cegas", explica.
Precisa de uma adaptação no formato para que a gente possa fazer essa versão, mas eu adoraria que essa versão existisse.
Cassia Dian
Seleção de nomes
A diretora do reality detalha que a escolha dos nomes para integrar a temporada passa por uma etapa de seletiva e avaliação profunda de membros da direção do Casamento às Cegas, Netflix e Endemol — produtora responsável pela gravação da atração.
"Precisa fazer um vídeo, tem um processo de inscrição. Muita gente se inscreve e a equipe de casting assiste todo esse material, uma equipe de mais de 10 pessoas, que tem um diretor. Eles assistem todos esses perfis. Acho que o primeiro filtro é: 'acho que esse aqui que é casar', 'hum, esse aqui eu acho que não quer casar muito não, né?'", disse, e revela que a ideia é fugir dos famosos "VTzeiros".
A gente busca bons personagens, pessoas que realmente estão a fim de participar, que tão em busca de um amor, que tem uma história relevante de vida, que tem familiares interessantes, porque Casamento às Cegas vem todo esse combo junto. A gente que tá acostumada a fazer reality show bate o olho e fala: 'Hum, essa pessoa tem borogodó...'
Cassia Dian
Sem dar spoiler sobre uma eventual quarta temporada de Casamento às Cegas, Cassia Dian aconselha os futuros participantes a virem em busca do amor e não com a intenção de se tornar famoso para conseguir ter destaque na atração.
"Não venha pela fama. É o melhor conselho que eu posso dar. Se destaca no programa quem realmente está a fim de viver a experiência do programa. Eu tenho certeza que o público identifica essas pessoas. Quem vem para viver, de fato, a experiência se destaca, o público vê verdade e, quem sabe, você pode se tornar um influenciador, e quem sabe você pode é ganhar algum dinheiro com isso", orienta.
Confira outros trechos da entrevista com a diretora de Casamento às Cegas:
Segredo do sucesso do Casamento às Cegas: "Acho que o sucesso de qualquer formato é fazer a adaptação ao território onde vai ser apresentado. A Netflix sempre deixou a gente muito à vontade para fazer essas adaptações. Elas são necessárias para que o brasileiro se assista, se identifique e se veja ali na tela. Essa era a nossa primeira preocupação".
Fase mais difícil de gravações? "Do ponto de vista de conteúdo, a convivência é a fase mais difícil, porque não é só difícil pra gente, é difícil para eles. É quando a vida real realmente bate à porta, os amigos passam a interferir, a família passa a interferir, porque até então eles estão numa bolha de expectativa, de amor e tudo mais".
"Agora do ponto de vista técnico, de engenharia, a fase 1, com certeza, é a mais difícil. São 20 cabines, lounge, robóticas e toda parafernália de áudio. Tem mais de 700 encontros no dia 1, porque são 16 mulheres e 16 homens, e todos precisam falar com todos para que eles possam ranquear as pessoas que eles mais gostaram de conversar".
Qual a orientação dada aos casais? "O que a gente espera deles, que é conversado com eles desde o início, é que eles sejam muito parceiros pra que a gente possa contar a história no programa... Se aconteceu algo e isso é determinante na história, a gente sempre pede que eles contem pra gente, seja em depoimento ou de alguma maneira, para trazer isso para o programa pra não ficar uma coisa muito esquisita".
"Todo reality show sempre tem um acompanhamento de de psicólogos e o Casamento às Cegas não foge à regra. Então, sempre que um participante sente a necessidade de conversar, a psicóloga do programa tá à disposição para conversar com eles.
Como lidam com críticas sobre casamentos que não vingam após o programa? "Dizer que o Casamento às Cegas não dá certo? A Luana e o Lissio ficaram casados, a Nanda e o Max se encontraram no Casamento às Cegas, Tamara e Alisson, enfim, não sabemos muito bem. Deu certo no experimento e agora quanto tempo vai durar a gente não sabe, que os desafios são outros aqui fora, né?"
"Eles passam horas conversando. Realmente existe uma conexão que eu acredito ser verdadeira. Claro, depois eles são atropelados por um caminhão quando vem lua de mel, casamento e tudo mais. É muito difícil fingir qualquer coisa nesse experimento porque eles passam mais de 30 dias morando junto. Você tem que ser a Fernanda Montenegro vezes 15 para atuar também assim".
Existe assédio nas redes sociais dos fãs de Casamento às Cegas? "Sim. O que aparece muito é: 'eu tenho não sei quantos mil seguidores no Instagram, no Tik Tok' ou 'eu sou famosa tal' e eu acho engraçado, porque não é isso que a gente busca. A gente não pode colocar um famoso no Casamento às Cegas porque ele seria reconhecido nas cabines".
Quais são as ideias futuras para o experimento do amor? "Ia amar fazer uma versão LGBTQIAP+ de Casamento às Cegas e fazer uma versão de 60 +. Outros programas, como Masterchef e o The Voice, fizeram e eu acho que ia ser muito muito bonitinho ver pessoas que, com certeza, nessa idade já viveram relacionamentos em busca de um amor.
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