Grupo Wagner: o que 'Mercenários' mostrou do mundo real e parecia ficção
A franquia "Os Mercenários", estrelada por Sylvester Stallone e recheada de outros astros dos filmes de ação, trouxe às telonas um grupo de mercenários contratado para realizar missões pelo mundo — e o quarto filme chega aos cinemas em setembro.
No entanto, no meio de tanto sangue, tiros e cenas de alívio cômico, a franquia mostra um lado do mundo das guerras que é bem atual: a participação de grupos de mercenários em conflitos armados.
Os paralelos entre Os Mercenários e o Grupo Wagner
No primeiro "Os Mercenários", o grupo liderado por Stallone é contratado para derrubar um ditador na América Latina. O Grupo Wagner é conhecido por ser contratado por governos, em especial de países africanos, para lutarem em conflitos armados que buscam a manutenção ou a retirada de um grupo do poder.
No último final de semana, o Grupo Wagner se insurgiu contra o governo da Rússia, após acusar o chefe do Estado-Maior russo, general Valery Gerasimov, de ordenar um ataque contra as suas unidades.
Em "Os Mercenários 2", há também uma disputa para evitar que o grupo rival ao de Stallone consiga ter acesso a uma grande quantidade de plutônio enriquecido, que seria usado na fabricação de armas químicas. Na vida real, o Grupo Wagner tem acesso a minas de ouro e diamantes de países africanos como forma de pagamento pelos serviços realizados.
No terceiro filme da franquia, o personagem de Stallone descobre que um antigo colega, que ajudou a fundar o grupo, está vivo e deseja vingança. Na vida real, o Grupo Wagner se indispôs contra Vladimir Putin, presidente russo que usa o grupo em diversas missões na Guerra da Ucrânia.
Ainda no terceiro filme, Stallone precisa recrutar novos mercenários para o grupo, inclusive presos. Atualmente, o Grupo Wagner faz o mesmo: recruta presos e civis russos. Faz parte da estratégia do grupo de repor as perdas na guerra. A estimativa é que 25 mil mercenários atuem diretamente na Guerra da Ucrânia.
O que é o Grupo Wagner?
O Grupo Wagner foi criado em 2014 por Yevgeny Prigozhin, ex-chefe de cozinha de Vladimir Putin. O grupo reúne ex-soldados de elite altamente treinados. As primeiras missões dos mercenários foram na tomada da Crimeia, na Ucrânia, pelos russos.
O Grupo Wagner se destaca por seus laços estreitos com o governo russo, bem como por sua ampla gama de atividades. Enquanto muitas empresas privadas se concentram na prestação de serviços de segurança, o Grupo Wagner esteve envolvido em uma ampla gama de tarefas em conflitos e guerras civis.
Segundo o Daily Mail, um soldado do Grupo Wagner ganha, por mês, R$ 48,5 mil. O valor subiu por causa da Guerra na Ucrânia. Antes, um mercenário recebia R$ 26,7 mil.
Prigozhin estaria gastando mais de US$ 100 milhões (quase R$ 500 milhões) por mês para sustentar as operações do grupo na Ucrânia, segundo a Reuters. Parte do armamento de guerra usado pelo grupo paramilitar seria fornecido pelo próprio governo russo.
Parte do armamento seria proveniente da Coreia do Norte. A Casa Branca afirmou, em dezembro do ano passado, que o grupo havia adquirido um carregamento de armas vindo da Coreia do Norte.
O grupo faturou US$ 250 milhões (cerca de R$ 1,2 bilhão) em quatro anos, oferecendo serviços de segurança a países africanos e do Oriente Médio que passaram por guerras, segundo o Financial Times. Os valores teriam sido pagos por meio de recursos naturais destas nações.
Na Rússia, as receitas do grupo viriam de contratos com o próprio governo, de acordo com um relatório do governo do Reino Unido. Entre 2011 e 2019, empresas ligadas a Prigozhin teriam recebido pelo menos US$ 3 bilhões (quase R$ 15 bilhões).
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