Por que juiz autorizou músico a receber dívida de Belo antes de Denilson?
A Justiça de São Paulo autorizou o músico Alexandre Pereira a receber uma dívida do cantor Belo antes do ex-jogador Denilson. O processo está na 35ª Vara do Trabalho da Capital.
O que motivou prioridade:
Alexandre entrou com um processo trabalhista contra Belo. Segundo o colunista Diego Garcia, ele solicitou a penhora de recursos dentro da ação de Denilson contra o pagodeiro.
O músico alega que antes de entrar com o pedido tentou todas as alternativas para receber o valor, mas que não obteve sucesso.
O juiz Carlo Melfi, da 5ª Vara Cível de São Paulo, determinou que Alexandre tenha prioridade em futuros bloqueios de recursos.
Denilson x Belo
Denilson adquiriu em 1999 os direitos da banda "Soweto", que acumulava hits na voz de Belo. Ele seria o responsável por custear parte dos recursos da equipe e banda. Em contrapartida, o ex-jogador teria porcentagens em comercialização de shows.
O estafe de Denilson informou ao UOL Esporte que o ex-jogador teria pagado cerca de R$ 1 milhão para ter o controle do grupo, que na época estourava nas rádios do país com as músicas "Farol das Estrelas", "Mundo de Oz" e "Tempo de Aprender".
Belo deixou o grupo em 2000 para seguir carreira solo. O atleta, que era o detentor dos direitos da banda, acionou a Justiça contra o artista alegando quebra de contrato (entre outros prejuízos).
A defesa de Belo informou à Justiça que o cantor jamais reconheceu Denilson como "dono do Soweto" e argumentou que Belo não recebeu qualquer aporte financeiro de Denilson no período do grupo. Em 2004, o Tribunal de Justiça entendeu que Belo descumpriu acordo e deu vitória a Denilson, determinando que o cantor pagasse R$ 388 mil na época. O valor não foi quitado.
Em 2017, Belo ingressou com ação contra Denilson por danos morais. O comentarista esportivo cobrou a dívida por meio de um comentário em uma publicação nas redes sociais: "Só falta aprender a pagar quem ele deve".
O músico alegou que Denilson depreciou sua imagem publicamente e pediu R$ 500 mil. A Justiça considerou improcedente a ação, justificando que existe a comprovação do débito do outro processo.
O Tribunal determinou que Belo arcasse com os custos advocatícios da outra parte (Denilson), fixados em 10% do valor da ação, totalizando R$ 50 mil.
O TJ-SP sentenciou que as principais emissoras de TV do país depositassem em juízo eventuais cachês ao músico. A decisão também foi publicada em 2017.
No ano passado, a Justiça ordenou que fosse feito um depósito judicial de pouco mais de R$ 7 milhões que iriam para Belo, oriundos de um show a ser realizado no mês de agosto, no Pacaembu, ao lado de Thiaguinho, pela dívida com Denilson.
Recentemente, o tribunal determinou a penhora de cachês do artista pela participação no quadro Dança dos Famosos (Globo). Além disso, o juiz também ordenou que seja nomeado um contador para calcular o valor exato do débito.
Belo reconhece o débito na casa dos R$ 4,9 milhões. "Se o Denilson quisesse, resolvia isso, mas é pessoal. Ele arruma um problema a cada hora. Era só ele aceitar as propostas de negociação desse valor, pois o que ele quer é o dobro. É discrepante querer R$ 9 milhões em um valor de R$ 4,9 milhões", disse o advogado Marcelo Passos, que é responsável pela defesa do cantor, ao colunista do UOL Esportes Diego Garcia.
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