De cadeira de rodas, Zé Celso casou no Teatro Oficina um mês antes da morte
Colaboração para Splash
06/07/2023 10h02
Morreu nesta quinta-feira (6) o dramaturgo José Celso Martínez Corrêa, o Zé Celso. Ele tinha 86 anos e estava internado na unidade de terapia intensiva do Hospital das Clínicas depois de ter 53% do corpo queimado em um incêndio causado por um aquecedor elétrico.
Zé Celso deixa o marido, o diretor de cinema Marcelo Drummond, de 60 anos. Ambos se conheceram em 1986, após um espetáculo realizado no Teatro Oficina —do qual o dramaturgo foi criador.
O casamento teve uma celebração ecumênica-artística, com apresentações das cantoras Daniela Mercury, Marina Lima e Mariana de Moraes. A bênção aos noivos foi realizada pela atriz Leona Cavalli.
Os convidados da cerimônia também incluíam o maestro João Carlos Martins; as atrizes Julia Lemmertz, Bárbara Paz, Bete Coelho, Lígia Cortez e Joana Medeiros; e o deputado estadual Eduardo Suplicy.
Na quarta-feira (5), Suplicy visitou Zé Celso no hospital. Amigo de longa data do dramaturgo, o deputado afirmou que a situação era muito delicada. "Não se tem assegurado que ele vai conseguir ultrapassar essa enorme dificuldade dessas queimaduras", afirmou.
O incêndio ocorreu na terça-feira (4) no prédio em que os dois moravam, no bairro Paraíso, em São Paulo. Zé Celso teve 53% do corpo queimado e foi levado ao hospital em estado grave.
Outros três moradores da casa, entre eles Marcelo Drummond, ficaram em observação. O cachorro de estimação da família, Nagô, teve alta da clínica veterinária pouco depois do incêndio.
A principal suspeita é de que a tragédia tenha ocorrido por causa de um aquecedor elétrico. As chamas teriam se alastrado por meio de peças de roupa, livros e outros objetos.
Zé Celso: criador do Teatro Oficina revolucionou as artes cênicas
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José Celso Martinez Corrêa nasceu em Araraquara, interior de São Paulo, em 1937.
Jota Erre/Photo Premium/Folhapress
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Desde a década de 60, se destacou por sua presença de palco e por sua inovação cênica.
UOL TAB
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O movimento contracultura dos anos 70 foi uma grande força motriz para que Zé Celso mostrasse a que veio.
UOL TAB
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O Teatro Oficina foi fundado por Zé Celso em 1958 junto com colegas da Faculdade de Direito do Largo São Francisco e vive até hoje com atrações pulsantes em seus palcos.
Avener Prado/Folhapress
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A proposta sempre foi contra o estilo de encenação trazido por peças europeias da época.
Allan Calisto/Agencia F8
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Em 1966, a sede do Teatro Oficina pegou fogo em São Paulo. Na ocasião, Zé atribuiu o incêndio a um golpe de militares que perseguiam o grupo desde 1964.
Allan Calisto/Agencia F8
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No auge da ditadura militar brasileira, em 1968, alguns membros abandonaram o grupo Oficina ou foram obrigados a se exilar.
Allan Calisto/Agencia F8
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Em 1974, Zé Celso foi um dos nomes a serem presos.
ANDRE PORTO
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Ele se exilou em Portugal, onde conseguiu gravar o filme "O Parto". Sua volta para São Paulo aconteceu em 1978.
ANDRE PORTO
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O Teatro Oficina empenhou-se em reabrir e reconstruir seu espaço, seguindo um audacioso projeto arquitetônico concebido por Lina Bo Bardi.
ANDRE PORTO
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Já em 1993, o grupo renasceu como Teat(r)o Oficina Uzyna Uzona e entrou em uma fase altamente produtiva.
ANDRE PORTO
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A trajetória pós-ditadura reflete a resiliência e a determinação em preservar a liberdade de expressão e promover o diálogo social por meio da arte.
Reprodução/Instagram/zecelso.ator
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O dramaturgo era apaixonado pelo teatro brasileiro.
Reprodução/TV Globo
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Zé Celso teve a postura no palco questionada por muitas pessoas, que o colocaram como radical ou extravagante demais.
Divulgação/TV Globo
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Zé Celso morreu nesta quinta-feira (6), em São Paulo.
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