Morreu hoje aos 86 anos o dramaturgo Zé Celso Martínez, em São Paulo. Ele estava internado desde a última terça-feira após um incêndio, e havia sido eternizado em lista da revista Forbes dois dias antes.
O artista havia sido selecionado para a lista 50 Over 50 2023, organizada pela revista Forbes. A seleção homenageia as 50 maiores personalidades brasileiras que estão acima dos 50 anos.
No texto sobre o trabalho de Zé Celso, a revista destaca:
"Depois de sofrer censura durante a ditadura, ele partiu para o exílio em Portugal, onde recompôs o Oficina-Samba e apresentou espetáculos. Em seguida, foi para Moçambique, onde realizou o filme 25, sobre a independência daquele país, e, em 1978, voltou a São Paulo."
"Em 1991, Zé Celso retornou à cena em As Boas, de Jean Genet. Figura que nunca se cansa de surpreender, casou-se este mês com seu companheiro de 37 anos e atualmente planeja a adaptação do livro A Queda do Céu, "soprado" pelo xamã ianomâmi Davi Kopenawa ao etnólogo francês Bruce Albert."
Destacado como um dos maiores nomes do teatro brasileiro, o fundador do Teatro Oficina recebeu dezenas de prêmios e tornou-se referência para a classe artística brasileira. Ele foi internado após um incêndio em seu apartamento, na zona sul da capital paulista.
Zé Celso: criador do Teatro Oficina revolucionou as artes cênicas
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José Celso Martinez Corrêa nasceu em Araraquara, interior de São Paulo, em 1937.
Jota Erre/Photo Premium/Folhapress 2 / 15
Desde a década de 60, se destacou por sua presença de palco e por sua inovação cênica.
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O movimento contracultura dos anos 70 foi uma grande força motriz para que Zé Celso mostrasse a que veio.
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O Teatro Oficina foi fundado por Zé Celso em 1958 junto com colegas da Faculdade de Direito do Largo São Francisco e vive até hoje com atrações pulsantes em seus palcos.
Avener Prado/Folhapress 5 / 15
A proposta sempre foi contra o estilo de encenação trazido por peças europeias da época.
Allan Calisto/Agencia F8 6 / 15
Em 1966, a sede do Teatro Oficina pegou fogo em São Paulo. Na ocasião, Zé atribuiu o incêndio a um golpe de militares que perseguiam o grupo desde 1964.
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No auge da ditadura militar brasileira, em 1968, alguns membros abandonaram o grupo Oficina ou foram obrigados a se exilar.
Allan Calisto/Agencia F8 8 / 15
Em 1974, Zé Celso foi um dos nomes a serem presos.
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Ele se exilou em Portugal, onde conseguiu gravar o filme "O Parto". Sua volta para São Paulo aconteceu em 1978.
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O Teatro Oficina empenhou-se em reabrir e reconstruir seu espaço, seguindo um audacioso projeto arquitetônico concebido por Lina Bo Bardi.
ANDRE PORTO 11 / 15
Já em 1993, o grupo renasceu como Teat(r)o Oficina Uzyna Uzona e entrou em uma fase altamente produtiva.
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A trajetória pós-ditadura reflete a resiliência e a determinação em preservar a liberdade de expressão e promover o diálogo social por meio da arte.
Reprodução/Instagram/zecelso.ator 13 / 15
O dramaturgo era apaixonado pelo teatro brasileiro.
Reprodução/TV Globo 14 / 15
Zé Celso teve a postura no palco questionada por muitas pessoas, que o colocaram como radical ou extravagante demais.
Divulgação/TV Globo 15 / 15
Zé Celso morreu nesta quinta-feira (6), em São Paulo.
Reprodução/Instagram
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