O Teatro Oficina fez uma breve homenagem a Zé Celso ao anunciar a morte do diretor na manhã de hoje.
"'Tudo é tempo e contra-tempo! E o tempo é eterno. Eu sou uma forma vitoriosa do tempo'", começa a publicação, citando o autor Oswald de Andrade. "Nossa fênix acaba de partir pra morada do sol. Amor de muito. Amor sempre", finaliza a publicação.
A postagem recebeu comentários de celebridades e figuras notáveis. Artistas como Paulo Vieira, Tuca Andrada, Maria Gadú, Letícia Spiller, Daniela Mercury, Emanuelle Araújo, Ná Ozzetti e Armando Babaioff, e políticos como Guilherme Boulos, Samia Bomfim e Manuela d'Ávila, deixaram mensagens de carinho na publicação.
O que aconteceu?
O dramaturgo estava internado no Hospital das Clínicas, em São Paulo, após ter 53% do corpo queimado em um incêndio em seu apartamento.
Após ser encaminhado para a UTI do hospital, Zé Celso foi sedado, entubado e, posteriormente, submetido à hemodiálise.
A principal suspeita é de que o incêndio tenha ocorrido por um aquecedor elétrico na madrugada de 4 de julho. As chamas teriam se alastrado por peças de roupas, livros e outros objetos do apartamento do dramaturgo, localizado no Paraíso, na zona sul da capital paulista.
No hospital, Zé Celso recebeu visita de familiares e amigos, como a do deputado Eduardo Suplicy. Ele explicou que o dramaturgo teve queimaduras de terceiro grau nas costas, nádegas, ombros e no rosto.
Zé Celso: criador do Teatro Oficina revolucionou as artes cênicas
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José Celso Martinez Corrêa nasceu em Araraquara, interior de São Paulo, em 1937.
Jota Erre/Photo Premium/Folhapress 2 / 15
Desde a década de 60, se destacou por sua presença de palco e por sua inovação cênica.
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O movimento contracultura dos anos 70 foi uma grande força motriz para que Zé Celso mostrasse a que veio.
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O Teatro Oficina foi fundado por Zé Celso em 1958 junto com colegas da Faculdade de Direito do Largo São Francisco e vive até hoje com atrações pulsantes em seus palcos.
Avener Prado/Folhapress 5 / 15
A proposta sempre foi contra o estilo de encenação trazido por peças europeias da época.
Allan Calisto/Agencia F8 6 / 15
Em 1966, a sede do Teatro Oficina pegou fogo em São Paulo. Na ocasião, Zé atribuiu o incêndio a um golpe de militares que perseguiam o grupo desde 1964.
Allan Calisto/Agencia F8 7 / 15
No auge da ditadura militar brasileira, em 1968, alguns membros abandonaram o grupo Oficina ou foram obrigados a se exilar.
Allan Calisto/Agencia F8 8 / 15
Em 1974, Zé Celso foi um dos nomes a serem presos.
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Ele se exilou em Portugal, onde conseguiu gravar o filme "O Parto". Sua volta para São Paulo aconteceu em 1978.
ANDRE PORTO 10 / 15
O Teatro Oficina empenhou-se em reabrir e reconstruir seu espaço, seguindo um audacioso projeto arquitetônico concebido por Lina Bo Bardi.
ANDRE PORTO 11 / 15
Já em 1993, o grupo renasceu como Teat(r)o Oficina Uzyna Uzona e entrou em uma fase altamente produtiva.
ANDRE PORTO 12 / 15
A trajetória pós-ditadura reflete a resiliência e a determinação em preservar a liberdade de expressão e promover o diálogo social por meio da arte.
Reprodução/Instagram/zecelso.ator 13 / 15
O dramaturgo era apaixonado pelo teatro brasileiro.
Reprodução/TV Globo 14 / 15
Zé Celso teve a postura no palco questionada por muitas pessoas, que o colocaram como radical ou extravagante demais.
Divulgação/TV Globo 15 / 15
Zé Celso morreu nesta quinta-feira (6), em São Paulo.
Reprodução/Instagram
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