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Defesa de Felipe Prior reclama de vazamento de sentença e cita 'injustiça'

O arquiteto e empresário Felipe Prior - Reprodução/Instagram
O arquiteto e empresário Felipe Prior Imagem: Reprodução/Instagram

De Splash, em São Paulo

10/07/2023 15h44

A equipe de Advogados de Felipe Prior se pronunciou após o ex-BBB ser condenado na Justiça por estupro cometido em 2014. A decisão do sábado (8) é da juíza Eliana Cassales Tosi Bastos, da 7ª Vara Criminal de São Paulo, e se refere a uma denúncia feita em 2020.

Na acusação, a vítima, identificada por Themis, contou ter sido estuprada por Prior. A decisão da Justiça relata que ele se valeu da força física para praticar a violência, que movimentou a vítima de maneira agressiva, "segurando-a pelos braços e pela cintura, além de puxar-lhe os cabelos, ocasião em que Themis pediu para ele parar, dizendo que 'não queria manter relações sexuais'".

"Através do presente comunicado, com pesar, mas profundo respeito, a defesa de Felipe Prior recebeu informações, pelos meios de comunicação, da sentença de procedência da ação penal. A qual inclusive sequer foi publicada e se encontra em Segredo de Justiça", diz o texto assinado pelos advogados do escritório Ianni & Ianni.

Defesa de Prior vai recorrer da decisão. "Nele acreditamos integralmente, depositando-se crédito irrestrito em sua inocência e de que, em sede recursal, lograr-se-à sua reforma, em prestígio à Justiça, reconhecendo-se sua legítima e verdadeira inocência, que restou patentemente demonstrada durante instrução processual".

Advogados citam "presunção de inocência". "Impondo-se a ele, como aos demais cidadãos em um Estado Democrático de Direito [...] 'Ninguém é considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória', para que não se incorra em injustiças, como muitas já assistidas, infelizmente, em nosso país.

Equipe de advogados de Felipe Prior emitiu comunicado oficial - Reprodução - Reprodução
Equipe de advogados de Felipe Prior emitiu comunicado oficial
Imagem: Reprodução

O que aconteceu?

Uma das advogadas da vítima, Maira Pinheiro diz receber a sentença "com muito alívio após três anos e meio de muita luta".

"Nossa cliente foi achacada, nós, advogadas, fomos muito atacadas durante esse processo, e essa condenação vem como reconhecimento de que tínhamos razão desde o início", afirma Maira.

A advogada ressalta que vai recorrer da decisão por entender que a pena imposta ao agressor foi baixa, "dada a brutalidade do crime". E também questiona o fato de ele recorrer em liberdade, já que é alvo de outras três denúncias.

Universa localizou uma ação penal e outros dois inquéritos policiais envolvendo Felipe Prior, os três por estupro. Se condenado nesses casos, explica Maira, a pena total pode chegar a 24 anos. A defesa do ex-BBB foi questionada sobre essas acusações, mas não houve resposta até o momento.

"Esperamos que, nas instâncias superiores, a pena seja aumentada, e o regime seja o fechado", diz Maira, Além dela, também participam da defesa de Themis a advogada Juliana Valente, com o apoio dos advogados Maurício Dieter, Caio Patricio de Almeida, João Bechara Calmon e Guilherme Perissé.

"Esperamos que essa condenação sirva como lição e alerta para as pessoas que seguem cultuando esse sujeito como uma celebridade, que se questionem se querem se associar a um estuprador condenado."

No começo de 2021, o UOL entrevistou o ex-BBB, que comentou o caso para o documentário "BBB: Casos de Polícia".

Como denunciar violência contra a mulher

Mulheres que passaram ou estejam passando por situação de violência, seja física, psicológica ou sexual, podem ligar para o número 180, a Central de Atendimento à Mulher. Funciona em todo o país e no exterior, 24 horas por dia. A ligação é gratuita. O serviço recebe denúncias e faz encaminhamento para serviços de proteção e auxílio psicológico. O contato também pode ser feito pelo WhatsApp no número (61) 9610-0180.

Mulheres vítimas de estupro podem buscar os hospitais de referência em atendimento para violência sexual, para tomar medicação de prevenção de ISTs (infecções sexualmente transmissíveis), ter atendimento psicológico e fazer interrupção da gestação legalmente.

Se houver intuito de denunciar, a orientação é buscar uma delegacia especializada em atendimento a mulheres. Caso não haja essa possibilidade, os registros podem ser feitos em delegacias comuns.