Menos infantil, mais humor: Globo escala Elas por Elas para renovar público
Típica novela das sete, espaço tradicionalmente reservado a novelas em que a tônica é o humor, "Elas Por Elas" ganhará um remake na Globo na faixa das seis, como se sabe, pelas mãos de Thereza Falcão e Alessandro Marson. Mas por que não às 19h30, já que a história de Mário Fofoca, escrita há 41 anos por Cassiano Gabus Mendes, tem justamente o DNA desse horário?
Atendendo a resultados de pesquisas de comportamento que mostram a busca do espectador por leveza e humor, a proposta da Globo é estender o tom da comédia no início da noite e concentrar o drama mais pesado apenas no horário das 21h30, mas não sem respiro. Mesmo a chamada novela das nove, por mais dramática que seja, cede cada vez mais linhas ao riso.
Entende-se que quando tudo der errado em uma história, normalmente o humor salvará o barco —basta dizer que Tatá Werneck é o único ponto que funcionou desde o início em "Terra e Paixão", atual folhetim das nove, de Walcyr Carrasco.
Dito isso, a releitura de "Elas Por Elas" manterá os dramas que envolvem a história de sete amigas de juventude que se reencontram após anos, porém sempre pontuado pelas trapalhadas de Mário Fofoca, o detetive que marcou a carreira de Luís Gustavo e agora ganha outra roupagem com Lázaro Ramos.
O ator vem passando por testes de caracterização para definir cabelo e figurino, com direito a elementos capazes de marcar sua imagem. Na versão original, Tatá, como Luís Gustavo era conhecido entre amigos, usava um inconfundível paletó xadrez.
Seu sobrinho, Cássio Gabus Mendes, que estreou em novelas em 1982 com "Elas Por Elas", entra agora no remake para promover a nostalgia de quem viu a primeira versão e homenagear a obra. Outras participações do elenco original, como Aracy Balabanian, não estão descartadas.
Um ponto forte de "Elas Por Elas" que tem gerado alta expectativa entre noveleiros é a abertura, não só pela canção homônima gravada pelos Fevers, mas também pela criatividade do trabalho gráfico original. Um grupo de jovens dançava à moda dos tempos do "iê-iê-iê", em imagens em preto-e-branco, de onde iam se destacando em cores, uma a uma, as sete protagonistas da fase contemporânea, quando a história começa.
O grupo de amigas é formado por Deborah Secco, Isabel Teixeira, Karine Teles, Késia Estácio, Maria Clara Spinelli e duas atrizes com forte afinidade com a comédia, Mônica Iozzi e Thalita Carauta. A direção está a cargo de Amora Mautner.
Os nomes das sete protagonistas serão trocados em relação ao original, o que ajudará as atrizes a fugirem de comparações com o elenco de 1982. Deborah Secco, por exemplo, vive Lara, personagem equivalente a Márcia, que na versão original foi de Eva Wilma.
Além da missão de testar um enredo com mais humor na faixa das seis, "Elas Por Elas" será mais uma releitura submetida às atualizações inevitáveis para driblar termos que envelheceram mal, especialmente no que diz respeito a questões de gênero, do machismo à homofobia, e possíveis distorções raciais.
O primeiro ponto positivo nesse sentido é criar um novo Mário Fofoca a partir do conceito de que todo personagem pode ser feito por um negro ou um branco, longe de estereótipos construídos ao longo de décadas de dramaturgia e do engessamento que antigamente prejudicava remakes.
As gravações começam em 17 de julho e a estreia é aguardada para setembro, sucedendo "Amor Perfeito".
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.