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Reviravolta faz Terra e Paixão bombar ibope da Globo, mas atrás de Pantanal

Berenice se envolve com Antônio em "Terra e Paixão" - Ellen Soares/Globo
Berenice se envolve com Antônio em 'Terra e Paixão' Imagem: Ellen Soares/Globo

Cristina Padiglione

Colaboração para Splash, de São Paulo

12/07/2023 15h33

A semana marcada pela reviravolta que culminou com a morte de Daniel (Johnny Massaro) em "Terra e Paixão" rendeu à novela das nove sua maior plateia até aqui.

O saldo foi de 27 pontos na Grande São Paulo, região com o maior número de consumidores do país, mesmo índice do PNT (Painel Nacional de TV), que mensura as 15 regiões metropolitanas de maior consumo do Brasil, concentrando assim a maior fatia de investimentos publicitários.

Em São Paulo, ao longo da semana, 44% dos televisores ligados sintonizaram a Globo no horário da trama de Walcyr Carrasco, índice que sobe para 45% no PNT. Considerando que "Travessia", o folhetim anterior, fechou seu ciclo com média de 24,1 pontos, o fato de "Terra e Paixão" já ter batido nos 27 pontos é visto como boa perspectiva.

Mas tudo é uma questão de ponto de vista. Em relação a "Pantanal", último parâmetro de sucesso da emissora e melhor resultado de uma produção inédita no horário das 21h30 nesta década, o enredo agrotec fica aquém da saga de José Leôncio, que obteve média de 30 pontos no PNT, somando os dados da trama do primeiro ao último episódio.

A Globo luta para tentar elevar "Terra e Paixão" pelo menos até esse patamar dos 30 pontos. Em tempos de streaming e tantas telas de redes sociais para disputar a atenção do espectador, já se sabe que não será possível sonhar novamente com a casa dos 40 pontos, nível que era considerado um fracasso para o horário nos anos 1990.

A última novela a fechar sua média na casa dos 40 foi a fenomenal "Avenida Brasil", de João Emanuel Carneiro, em 2012, com 41,5 pontos no PNT. A recordista do milênio é "Senhora do Destino", de Aguinaldo Silva, exibida em 2004/2005, com 51,2 pontos de saldo total, sintonizada por 76,7% dos domicílios com TV.

Atualmente, só o YouTube já consome mais de 14% da atenção de todos os vídeos vistos em casa, somando o consumo em todas as telas, inclusive celular e tablets. A Netflix, serviço pago mais visto no país, abocanha uma fatia acima de 4%. Os dados são das pesquisas que a Kantar Ibope Media, responsável pela medição de audiência no Brasil, começou a fazer recentemente para mensurar o comportamento do brasileiro diante das telas.

Até por isso, a Globo, que até alguns anos atrás restringia a distribuição de seu conteúdo por meio de outras plataformas, tem ampliado consideravelmente a distribuição de imagens em redes sociais e YouTube, enquanto acelera investimentos no seu próprio serviço de streaming.

O Globoplay fica atrás do YouTube e da Netflix no consumo domiciliar, com menos de 1% de participação no bolo, mas ainda à frente de gigantes como Disney, Prime Video e HBO. Em tempo: cada ponto de audiência segundo dados da Kantar Ibope em 2023 equivale a 717.088 espectadores no PNT e a 206.674 indivíduos na Grande São Paulo.