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'O que mais ele pode fazer?': como é Tom Cruise nos bastidores de um filme?

De Splash, em São Paulo

12/07/2023 04h00

Descrito por colegas de elenco como "uma das maiores estrelas de cinema do mundo", Tom Cruise não se deixa parar pela força da gravidade ou pelo tamanho dos desafios físicos à sua frente. Conhecido por suas acrobacias absurdas, o ator de 61 anos faz jus à fama que carrega no sétimo filme de "Missão: Impossível", intitulado "Acerto de Contas Parte 1".

Para quem divide as cenas e os estúdios com ele, no entanto, o eterno Ethan Hunt é mais do que o protagonista e dono das piruetas radicais.

"Ele sempre me surpreende, e todos os filmes que fazemos juntos, sempre nos perguntamos o que ele fará em seguida", conta Simon Pegg em entrevista a Splash. "O que mais ele poderia fazer? Se pendurar de um avião, o que mais? E então ele vai além. Essa é uma das melhores coisas em ser amigo dele: o cara nunca é entediante, nunca."

Em "Missão: Impossível - Acerto de Contas Parte 1", Ethan Hunt (Cruise) e seu time embarcam na missão mais perigosa até aqui: rastrear uma nova arma que ameaça toda a humanidade, antes que a mesma caia em mãos erradas. O futuro da Terra está em risco, e inimigos do passado começam a chegar perto, em uma corrida mortal contra o tempo e grandes mistérios.

M:I7 - Paramount Pictures/Skydance - Paramount Pictures/Skydance
Tom Cruise, Ving Rhames e Simon Pegg são trio da IMF em 'Missão: Impossível'
Imagem: Paramount Pictures/Skydance

Amigo de longa data de Tom, uma vez que está em "Missão: Impossível" desde o terceiro filme, de 2006, interpretando o técnico Benji Dunn, Pegg enxerga Tom como mais do que o protagonista, e reconhece seu papel crucial ao levar o nome dos filmes tão longe no imaginário do público.

"Ele é um produtor e é o astro, então ele acumula muitas funções", explica. "Mas ele é sempre absurdamente apresentável. Ele é um cara divertido, é sempre gostoso estar no set com ele", continua Pegg. "Quando estamos todos juntos, damos muitas risadas, ele é engraçado. É um ótimo chefe, e ele quem define o tom para todos nós. Você não pode chegar e entregar 50% quando ele está por perto, porque ele vai perceber, e você não quer dar apenas 50% de qualquer forma."

Você sempre quer impressionar Tom Cruise. Ele lidera, e faz isso muito bem.
Simon Pegg sobre Tom Cruise em "Missão: Impossível"

Para os novatos na saga, Tom é quem faz o papel de recepcionar e garantir um ambiente em que todos se sintam à vontade. "É porque estamos chegando em um projeto que claramente sabe reconhecer o que é", justifica Hayley Atwell, parceira de cena de Tom no filme como a novata Grace.

"Eu senti que eu poderia de verdade oferecer algo novo e, deste ponto de vista, foi uma experiência muito colaborativa com esses caras", diz sobre Cruise e o diretor Christopher McQuarrie.

"O interessante de 'Missão: Impossível' e trabalhar com Christopher McQuarrie e Tom Cruise é que eles escalam o ator e então moldam o personagem em torno das habilidades", concorda Pom Klementieff, que interpreta Paris, vilã. "Ter uma cena de luta com Tom Cruise é um sonho se tornando realidade."

M:I7 - ALBERTO PIZZOLI/AFP - ALBERTO PIZZOLI/AFP
Hayley Atwell e Tom Cruise surgem algemados um ao outro em set 'Missão Impossível' em Roma
Imagem: ALBERTO PIZZOLI/AFP

Salvador do cinema

É assim que Shea Whigham define Tom Cruise: "Salvador do cinema". O ator que tem a missão de capturar Hunt na trama se sente lisonjeado de poder dividir a tela com o grande astro a quem atribui a retomada das salas de cinema depois da pandemia do covid-19.

"Ele é a maior estrela de cinema do mundo. E estamos falando de alguém que, na minha opinião, salvou o cinema em uma crise que tivemos com a covid. Então há muito respeito, e aí você precisa contracenar com ele em uma cena", diz o ator, que também interpreta uma espécie de opositor de Ethan em "Acerto de Contas".

Ele é a maior estrela do mundo, mas a generosidade... ele quer que você esteja bem na cena. Isso não acontece com muita frequência com astros como ele.
Shea Whigham, o Jasper Briggs de "Missão: Impossível - Acerto de Contas Parte 1"

Parceria em dose dupla

Tarzan Davis conheceu Tom Cruise pessoalmente quando fez "Top Gun: Maverick", e estendeu a parceria em "Missão". O que há de diferente na forma como o protagonista se comporta nos dois filmes?

"Ele ainda traz a mesma intensidade e ética de trabalho, o que é incrível", recorda. "A diferença é que nós rodamos o mundo com 'Missão: Impossível', e é uma aventura global épica com acrobacias sem parar. E eu consegui ver exatamente como ele faz isso."

Como tudo começou?

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Tom Cruise e o diretor Christopher McQuarrie, que assumiu as rédeas de 'Missão: Impossível' desde 'Nação Secreta' (2015)
Imagem: Giles Keyte/Paramount Pictures/Skydance

A paixão de Tom Cruise pelo risco começou cedo. Aos 24 anos, ele aprendeu a pilotar motos para "Top Gun - Ases Indomáveis" (1986), dispensando dublês para transmitir veracidade às sequências de ação.

Dez anos depois, com o primeiro "Missão: Impossível", ele ganhou mais liberdade para se arriscar em cenas perigosas ao assinar também como produtor do filme dirigido por Brian De Palma. E assim as coisas foram acontecendo. Com as continuações, Cruise foi ganhando mais experiência e confiança, tornando-se o sinônimo que é hoje de cenas de ação de tirar o fôlego.