Como Grammy Latino está comprometido com a música brasileira?
O Grammy Latino acontecerá no dia 16 de novembro deste ano, em Sevilha, na Espanha, mas a preparação já começou. Na noite de quarta-feira (12), aconteceu o evento Best New Artist Showcase, a Mastercard com a Bulova para promover o prêmio máximo da música.
Em conversa com Splash, o CEO da Academia Latina da Gravação, Manuel Abud, explicou como o Grammy Latino tem, cada vez mais, se comprometendo com a música brasileira. "Nunca comparo um país com outro, porque preciso amar todos, mas estou muito ansioso para ver tudo que está saindo do Brasil. Estamos muito comprometidos com este país e muito comprometidos com a música de língua portuguesa."
Executivo explica que há novas categorias focadas em canções em português. "Acabamos de estrear uma nova categoria em português, de Melhor Apresentação Urbana em português. Agora temos nove categorias em português."
O evento Best New Artist Showcase contou com a presença de Maria Rita, Giulia Be e Clarissa, três cantoras brasileiras que já foram indicadas ao Grammy Latino. "Estamos comemorando a categoria de Melhor Artista Revelação, que é uma categoria muito importante para nós e temos três mulheres aqui, todas as três foram indicadas. Mas tem apenas uma brasileira que ganhou nesta categoria, a Maria Rita."
Manuel Abud lamentou a morte de Rite Lee, que recebeu o Lifetime Achievement Award em 2022, prêmio voltado a homenagear artistas que fizeram contribuições significativas à indústria fonográfica. "Quero dizer, não tenho palavras suficientes para descrever suas contribuições. Eu acho que ela era um lenda, obviamente, mas ela transcendeu. Ela era pró-mulher antes de ele ser popular. Ela era muitas coisas que eu não consigo nem enumerar"
Ao ser questionado se há uma torcida pessoal, o CEO desconversa. "Nós precisamos ser como a Suíça, então você nunca vai saber a minha opinião."
Aproximação
Wilson Simoninha é diretor musical do Best New Artist Showcase e faz parte da academia do Grammy Latino como votante.
A Splash, ele pondera sobre a presença do Brasil no prêmio. "Os artistas brasileiros ficaram muitos mais próximos do Grammy Latino nesses últimos 20 anos, e também mais próximos às Américas. O Brasil é um país continental e fala português, enquanto os outros países falam espanhol, e a gente acabava ficando muito distante. A partir do momento que o Brasil passa efetivamente a participar do Grammy Latino, a gente se aproxima, e isso é importante."
Artista acredita que a musicalidade brasileira também está mais presente no prêmio. "Estamos em um momento no qual artistas estão construindo essa música pop brasileira. A Ludmila, por exemplo, é uma artista que simboliza isso. Tem feito isso com muita qualidade e agrada a todos nós."
A inclusão cada vez mais do Brasil e suas características é algo fundamental ao Grammy Latino. "A academia é muito democrática. Tem que se transformar com a sociedade. Não pode ser uma coisa distante da sociedade. Isso está cada vez mais rápido. É fundamental que isso aconteça até para termos legitimidade. Isso é um assunto que não é assunto brasileiro, é mundial."
Produtor diz que Brasil menosprezava o prêmio. "É uma característica nossa. A gente não estava inserido de uma forma tão bacana. Eles falam espanhol, nós falamos português? Mudar isso é uma evolução é benéfica para todos, para nós e para eles."
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