Prisão, drogas e prostituição: Índia Potira teve vida caótica longe da TV
Índia Potira, que morreu na última terça-feira (11) após anos de luta contra o câncer, teve uma vida marcada por experiências que a levaram do céu ao inferno em espaço muito curto após ganhar fama pelos tempos em que trabalhou com o Chacrinha.
A dançarina ostentou o posto de chacrete "mais desejada", segundo as ex-colegas de atração, mas fora da televisão sofreu com uma prisão por relacionamento com traficante, viveu fase viciada em drogas e fez sexo em troca de dinheiro.
A artista ainda participou de novela da Globo para relembrar a sua vida na TV e chegou a ser processada por ex-chacretes por falas polêmicas em documentário.
Splash relembra os casos da vida de Gloria Maria Aguiar da Silva, a eterna Índia Potira.
A fama
Gloria Maria Aguiar da Silva entrou no programa do Chacrinha em 1969. Uma das personagens favoritas do público, ela ganhou o apelido de Índia Potira e ficou por dez anos no ar.
Em 2013, a novela "Amor à Vida" (Globo) convidou Gloria Maria para fazer uma breve participação de Índia Potira na trama. Durante as filmagens, a artista contou que o nome artístico foi inspirado na personagem da atriz Lúcia Alves, na novela "Irmãos Coragem", de 1970.
"Cada semana eu dançava de um jeito. Até que um dia eu vi uma índia linda em um filme e pensei: 'Nossa mãe, eu vou de índia'. Aí eu amarrei o cabelo e o Chacrinha ficou apaixonado. E graças a Deus e a ele, carrego até hoje esse nome", contou ela, em divulgação da participação na Globo.
Apesar de não ter seguido na TV após a vida como chacrete, ela não escondeu a alegria de ser reconhecida nas ruas pelo público.
"A recordação que a gente tem é que foi tudo tão lindo, tão bom. Até hoje, apesar de estar com essa idade, as pessoas me reconhecem. Isso para mim é uma bênção! Que Deus abençoe o Walcyr [Carrasco, autor] por ele ter me chamado", disse.
Prisão, drogas e prostituição
Índia Potira deixou de conviver com a fama em 1979. Sem o glamour da televisão, ela demorou para se encontrar profissionalmente e sofreu com problemas financeiros e de saúde.
Pouco tempo depois de viver o auge, ela foi detida por quatro anos, por associação ao tráfico, e saiu da cadeia em 1990, quando começou a trabalhar como auxiliar de serviços gerais.
"Aos 30 anos, me apaixonei por um bandido e usei maconha, cocaína. [Mas] sempre tive recaídas. Usei drogas pela última vez não tem muito tempo, não, por causa de problemas em família, em casa. Foi uma recaída. Não sou hipócrita", desabafou ela, em entrevista ao Domingo Show (Record), em 2014.
Ainda na entrevista à Record, a dançarina abriu o jogo e revelou ter usado drogas e saído com homens por dinheiro nos tempos em que trabalhava no Chacrinha.
"Eu vou falar porque a minha vida é um livro aberto. Na época de chacrete, saí com homens para ganhar dinheiro. Foi por necessidade. A gente tinha uma pessoa que ajudava, mantinha", afirmou.
Fim da vida
Em 2009, Gloria Maria reapareceu para o público na série "Alô, alô, Terezinha" para falar da vida como Índia Potira ao lado do apresentador Abelardo Barbosa.
"As chacretes vivem vidas bastante diferentes hoje em dia. A Betty Boné, por exemplo, é pastora evangélica e vive muito bem com o marido, também pastor, em uma big casa em Maricá. Já Índia Potira é faxineira no Banco Itaú", relatou Nelson Hoineff, diretor do projeto.
A dançarina ainda causou confusão com seu depoimento na série. Na filmagem, Potira afirmou que algumas chacretes "faziam programa e cheiravam cocaína com os artistas" e sofreu um processo por calúnia e difamação.
Entre os anos 2010 a 2011, ela ficou afastada do trabalho em razão de um câncer e precisou retirar um dos seios e perdeu os cabelos e dentes por virtude da quimioterapia.
Ela participou do Balanço Geral RJ (Record) para pedir ajuda com implantes para recuperar a autoestima. "A notícia foi muito triste. Fiquei muito triste, sai andando pela rua e quase fui atropelada.", declarou.
Sem nunca ter conseguido voltar para a televisão, a artista conseguiu se aposentar após voltar a lutar contra o câncer e passou o fim da vida morando ao lado da família na comunidade da Babilônia, no bairro do Leme, Zona Sul carioca.
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