Cantora Jane Birkin teve música censurada no Brasil por causa de gemidos
A música "Je t'aime... moi non plus" foi censurada no Brasil em 1969. A canção, gravada pelo então casal Serge Gainsbourg e Jane Birkin — cantora inglesa que morreu aos 76 anos —, foi condenada pelo Vaticano pelo conteúdo sexual.
"Foi proibida em todo o território nacional pelo coronel Aloisio Mulethaler, chefe do Serviço de Censura e Diversões Públicas do Departamento de Polícia Federal. O coronel mandou apreender todas as cópias da canção nas lojas de discos e responsabilizou a Companhia Brasileira de Discos por não ter providenciado a censura da letra", publicou o jornal O Estado de S.Paulo, à época.
A rejeição em relação à música estava ligada aos gemidos de Jane nos momentos de maior êxtase da canção. Na Itália, aliás, esse foi um dos argumentos dos censores: "A letra não chega a ser pornográfica, mas o que irrita são os gemidos e suspiros."
Serge Gainsbourg e Jane Birkin
Jane ficou conhecida no início dos anos 1970 por sua longa parceria romântica e artística com o músico francês Serge Gainsbourg, por sua atuação no cinema e por emprestar seu nome à luxuosa bolsa Birkin da grife francesa Hermès.
Ao lado de Gainsbourg, a atriz estrelou "Slogan", filme de 1969 dirigido por Pierre Grimblat. No ano seguinte, a dupla lançou a faixa "Je t'aime... moi non plus", que causou escândalo e foi censurada em vários países — inclusive no Brasil — por sua letra sussurrada então considerada sexualmente explícita.
Juntos, Jane e Serge trabalharam em filmes e músicas e tiveram uma filha, Charlotte. A relação amorosa que surgiu da relação profissional chegou ao fim em 1980. Segundo Birkin, Serge se tornou uma pessoa "temperamental", viciado em álcool e cigarro e não a tratava bem.
O músico causou polêmica ao colocar a filha, aos 13 anos, como protagonista do clipe de "Lemon Incest", música que supostamente romantizava o incesto. Apesar disso, Jane e Charlotte seguiram celebrando a arte de Serge, que morreu em 1991.
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