Você sabia que a máfia de verdade se meteu (e muito!) em 'Poderoso Chefão'?
O Poderoso Chefão foi lançado em 1972 e é um dos principais filmes de máfia de todos os tempos. A trilogia de Francis Ford Coppola está presente nas listas de melhores produções da história do cinema, com o primeiro longa conquistando três estatuetas do Oscar, incluindo a de Melhor Filme.
Mesmo com mais de cinquenta anos após o lançamento, ainda há novas informações sobre o título sendo reveladas.
Recentemente, o livro The Life We Chose: William 'Big Billy' D'Elia and The Last Secrets of America's Most Powerful Mafia Family (algo como 'A vida que escolhemos: William 'Big Billy' D'Elia e os últimos segredos da família mafiosa mais poderosa da América', em tradução livre para o português) revelou alguns detalhes sobre grandes mafiosos e, segundo o autor, Matt Birkbeck, o primeiro filme sobre os Corleones só pôde ser rodado após negociações de ao menos três organizações criminosas dos Estados Unidos.
Russell Bufalino era um dos mafiosos envolvidos com a produção de O Poderoso Chefão, segundo aponta o autor.
Como começou?
Joe Colombo fazia parte de uma das cinco principais famílias mafiosas dos Estados Unidos e, em 1970, fundou a Liga Ítalo-Americana de Direitos Civis, que visava conter o preconceito e discriminação de italianos na mídia.
Quando contrariada, a organização apelava para a violência. Certa vez, os membros realizaram protestos agressivos contra um jornal de Nova York que noticiava atitudes criminosas do grupo.
O longa de Coppola ficou na mira da liga desde o início de sua produção, principalmente por se tratar de um filme baseado no livro homônimo, escrito por Mario Puzo, e que já abordava a máfia e seus crimes. Portanto, os membros do grupo já estavam de olho para que nada saísse de maneira que eles não gostassem.
Para manter tudo sob o controle da Liga Ítalo-Americana de Direitos Civis, os executivos da Paramount começaram a ser ameaçados e a pré-produção foi atrasada.
James Caan, ator que viveu Sonny Corleone no filme, era próximo de Andy Russo, um importante membro da família Colombo. No entanto, nem a amizade conseguiu melhorar os ânimos.
Acordo com a liga
O livro de Birkbeck diz que o produtor Albert S. Ruddy não tinha mais opções se não fechar um acordo com a liga. "Ruddy aceitou tirar a palavra 'máfia' do filme; doaria U$ 1 milhão à liga; suspenderia a venda de jogo de tabuleiro da produção e faria uma première em Nova York."
Com a aproximação, Bufalino começou a defender O Poderoso Chefão, e chegou a participar de uma entrevista coletiva ao lado de Ruddy. A Paramount não gostou de relacionar o filme com a máfia e, pouco tempo depois, o produtor foi demitido do estúdio.
Mesmo com a saída de Ruddy, o contrato entre a liga e a produção continuou e não houve problemas nas gravações.
Coppola acreditava que a presença de Albert S. Ruddy era fundamental e o trouxe de volta ao projeto.
Don Corleone
Marlon Brando, interprete de Vito Corleone em Poderoso Chefão, teria ligado para Bufalino para falar sobre o longa, mas quem atendeu seria William "Big Billy" D'Elia, um nome de confiança do grande mafioso. O homem achou que era trote e quase desligou, mas Bufalino pegou o telefone antes que a ligação caísse.
O ator chegou ao mafioso por meio de indicação da própria produção. Sua intenção era se inspirar para criação de Don Corleone.
Bufalino quis encontrar Brando pessoalmente. Segundo Big Billy contou ao autor do livro, os dois passaram muito tempo juntos.
Russell Bufalino mostrou os caminhos para ele: como falar, as manias e o jeito quieto, tudo o que Brando usou no filme.
Big Billy
Luca Brasi
Guarda-costa de Vito Corleone, Luca Brasi foi interpretado por Lenny Montana, que era lutador. Fora do filme, ele era segurança do mafioso Andy Russo.
Montana decidiu roubar uma das câmeras da produção de Poderoso Chefão e, quando mostrou a Bufalino, tomou uma bronca por atrapalhar as gravações.
Ao devolver o objeto, chamou a atenção de Coppola, que procurava alguém do porte físico de Montana. O diretor aproveitou e o convidou a integrar o elenco.
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