Modelo acusada de roubo é princesa do Carnaval e ensinou samba a Carla Diaz
Daniela Orcisse, 35, denunciou que foi vítima de racismo após ser acusada por um gerente de uma loja de furtar uma blusa que era dela em São Paulo.
Quem é Daniela Orcisse?
Além de modelo e influenciadora, Daniela é uma figura conhecida do Carnaval paulista.
Ela foi princesa do Carnaval de SP em 2020 e 2022 e rainha de bateria do Barroca Zona Sul de 2014 a 2017.
Daniela dá aulas de samba e foi professora de Carla Diaz, que venceu a Dança dos Famosos esse ano.
Seguida por mais de 21 mil pessoas nas redes sociais, Dani divide momentos de sua rotina: as aulas, a preparação para o Carnaval e as peças em crochê que ela mesma produz.
O que aconteceu
O motivo do episódio seria porque a blusa que Daniela usava tinha um protetor de zíper semelhante aos presentes nas peças do estabelecimento, localizado no bairro São Mateus, na zona leste da capital paulista.
Dani disse que foi abordada pelo gerente da Águia Shoes e por um segurança quando já estava em uma segunda loja, no último sábado (15).
Segundo ela, o gerente a acusou com base no relato de uma suposta cliente. Daniela afirma ter aberto a blusa no mesmo instante e mostrado que o item era dela. "Eu passei por um constrangimento, uma vergonha tão grande. É horrível você ser acusado de algo que você não fez. (...) Todo mundo olhando, eu não desejo para ninguém. Eu não sou ladra", disse em vídeo nas redes sociais.
A advogada Paloma Santos e Silva estava na loja em que Daniela foi abordada e viu a modelo repetir diversas vezes a frase "eu não roubei, eu não roubei", e se colocou à disposição para defender a influenciadora.
A vítima e a advogada retornaram à Águia Shoes e solicitaram as imagens das câmeras de segurança, por meio de uma notificação extrajudicial, além de questionar se o alarme antifurto estava funcionando. O comércio se negou a ceder as imagens.
Pouco tempo após chegarem ao estabelecimento, funcionários do local (incluindo gerentes) admitiram o erro, pediram desculpas e ofereceram um vale-compras para Daniela e a advogada, que recusaram. A vítima abriu um boletim de ocorrência online. A reportagem procurou a SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo) para saber como o caso será conduzido, mas até o momento não teve retorno.
Eu perguntei para eles várias vezes, se fosse uma madame, uma loira aqui, vocês teriam essa abordagem? A gente precisa deixar claro, que foi o que eu falei para a Dani, o seguinte: eles a abordaram dentro de uma outra loja. Então, olha o constrangimento? Paloma Santos e Silva, advogada de Daniela
Loja diz que informações estão sendo verificadas
Em nota divulgada no Instagram, a Águia Shoes informou que está verificando as informações e tomará "medidas firmes contra qualquer forma de discriminação ou preconceito, promovendo a diversidade e a valorização da individualidade". Eles não esclareceram quais ações seriam tomadas em caso de comprovação da falsa acusação.
"Estamos comprometidos em cultivar uma cultura de respeito mútuo, em que todos se sintam seguros e apoiados", finaliza a nota, sem citar o caso envolvendo a modelo.
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