Padi: Globo está certa em não querer seus jornalistas vinculados a marcas

A jornalista Lívia Torres foi demitida ontem pela Globo, como punição por ter apresentado o sorteio dos mandos de campo das semifinais da Copa do Brasil - algo proibido pelos princípios editorais do jornalismo do canal.

Cristina Padiglione diz acreditar que o grande problema tenha sido o fato de Lívia aparecer junto das marcas patrocinadoras do evento, na transmissão deste via internet. "Apresentadores de telejornais - que, vamos falar claramente, ganham muito melhor do que os repórteres - vivem fazendo eventos fechados, sem essa restrição toda. Mas existem regras a serem cumpridas, nesse sentido de não poder aparecer ao lado de marcas. Se há uma transmissão do evento no YouTube, ele [jornalista da Globo] não pode ter marcas atrás dele."

A colunista defende que, em casos como o de Lívia, o funcionário deve buscar a autorização expressa da emissora para que trabalha antes de aceitar qualquer convite. "Acho que a emissora precisa saber. Tem que haver uma comunicação entre o funcionário e a direção do departamento, para que exista uma concordância sobre fazer isso."

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Padiglione enxerga como justa a regra da Globo não querer seus jornalistas associados a marcas. "O jornalismo não é só na Globo. Em qualquer outro lugar, você deve ter restrições a jornalistas que aparecem com alguma marca. Infelizmente, o jornalismo é isso: você ganha menos, [mas] é uma opção que você faz - ou procure outra coisa para fazer, não seja jornalista."

Padi: Regina Duarte tem total direito de passar vergonha, mas sozinha

A produtora Janaína Diniz Guerra entrou com um processo contra Regina Duarte e o Partido Liberal (PL), sigla de Jair Bolsonaro, por uso indevido de imagem e "violação à honra" de sua mãe, a saudosa Leila Diniz.

Tanto Regina como o PL usaram de forma indevida uma foto em que Leila aparece protestando contra a censura e a ditadura militar, ao lado de Eva Todor, Tônia Carrero, Eva Wilma, Odete Lara e Norma Bengell, relacionando a imagem a discursos pró-ditadura.

Para Cristina Padiglione, Regina Duarte ultrapassou os limites da liberdade de pensamento e expressão. "Acho que a Regina tem todo o direito de passar a vergonha que quiser - sozinha. Uma coisa é o seu pensamento sobre fulano ou beltrano - mesmo que seja só um achismo e você não consiga sustentar isso por argumentação. Mas outra coisa é você envolver outras pessoas para sustentar suas teses estapafúrdias."

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