Iozzi lembra trabalho no Congresso para CQC: 'Chegava no hotel e ia chorar'
Prestes a estrear sua primeira protagonista na Globo, Monica Iozzi, 41, ficou nacionalmente conhecida ao integrar a equipe do CQC (Custe O Que Custar) entre 2009 e 2013. O programa exibido pela Band mesclava humor ácido com sátiras e críticas políticas.
Primeira mulher do elenco, ela chegou lá após vencer um concurso. Seu trabalho era entrevistar políticos na capital federal para cobrar ações e questionar medidas polêmicas — incluindo o ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL), então deputado federal. Nem sempre era fácil.
Ela lembra que criou uma persona enquanto era repórter e apresentadora, possivelmente influenciada pela sua formação como atriz. Ela se portava como uma figura "um pouco caipira" de Ribeirão Preto que entrava no Congresso como uma "uma jovem mulher curiosa, sem filtro, com sangue nos olhos para fazer cobranças, mas que, ao mesmo tempo, estava pisando em ovos".
Apesar de manter a postura no ar, Iozzi conta a Splash que, em algumas ocasiões, chorou após chegar ao hotel para descansar.
"Se você vir as minhas primeiras entrevistas no Congresso, no CQC, eu me coloco mais nesse lugar da jovem chegando... Mas consegui desenvolver uma segurança tão rapidamente que essa parte da personagem caipira insegura foi dando lugar para caipira com sangue nos olhos. A personagem do CQC foi se desenvolvendo."
Mas ali é muito difícil trabalhar. Eu fazia aquelas matérias difíceis e, algumas vezes, chegava no hotel e ia chorar.
O programa tinha o papel de ser enfático e apontar incoerências ou escândalos de corrupção. "Mas eu, ser humaninho lidando muitas vezes com gente que não admiro, para dizer o mínimo, e lidando com gente que dá medo, eu tinha que ter uma certa carapaça, mas, certas vezes, quando chegava no hotel, aquilo se desfazia e eu desaguava para liberar a tensão do dia a dia."
No Video Show não foi diferente. Monica também tinha uma personagem, mas bem diferente do CQC. "Fazia praticamente uma adolescente deslumbrada com os galãs e com o fato de estar ali. Sempre tenho uma personagem quando apresento. Era até um filtro necessário."
Ela apresentou o programa de bastidores da Globo ao lado de Otaviano Costa em 2015 e 2016. Foi ali que ela entendeu "a força da televisão" e passou a ser mais paparicada na rua. Quando decidiu sair para buscar trabalhos na atuação, viu uma série de pedidos dos fãs para permanecer.
"Era um programa diário e ao vivo. A quantidade de pessoas que vinham falar comigo na rua... Nunca tinha acontecido comigo esse lance de você ir ao shopping e ter que ir embora do shopping. O Video Show causava um encantamento em crianças e adolescentes, que são mais efusivos e animados... Hoje, não acontece mais e está tranquilo. Vou à padaria e não acontece nada", diz, em tom de brincadeira.
Otaviano e eu, a gente era bem fora da casinha ali.
De repórter a atriz
Formada em Artes Cênicas pela Unicamp, Monica conta que diversos fãs pensam que ela é jornalista. "Talvez as pessoas tenham essa visão por causa do trabalho do CQC. Cheguei a escrever uma coluna sobre política na época do CQC, mas o programa foi um acidente de percurso... Um maravilhoso acidente, mas eu nunca pensei em trabalhar como jornalista."
Após os exitosos trabalhos no CQC e Video Show, Monica Iozzi passou a investir em sua grande paixão: a atuação. Desde então, já atuou em diferentes séries, filmes e novelas. Agora, começa os trabalhos para viver uma das protagonistas de "Elas Por Elas", trama que estreia na Globo em setembro.
Antes do projeto global, ela estreia a série "Novela", no Prime Video, no dia 28 de julho. "É deliciosa. É a história de uma mulher do mundo real que, em um belo dia, acorda e está dentro de uma novela como personagem. A Isabel é uma dramaturga. Quando finalmente consegue escrever o projeto de uma novela e leva até uma grande emissora, o chefe de dramaturgia da emissora se apaixona. Quem faz esse personagem é meu amado Miguel Falabella."
"Quando ela finalmente vai realizar o sonho de ser autora da novela das nove, ela descobre que esse chefe roubou o projeto dela. Um homem roubando o projeto de uma mulher. Uma coisa que a gente vê acontecer muitas vezes ao longo da história."
Na conversa com Splash, ela destaca o roteiro que possui muita fantasia. "Tem uma carência dessa linguagem e gênero aqui no Brasil. Lembro de ser pequena e amar novelas como 'Fera Ferida', 'Pedra Sobre Pedra', 'Vamp' e 'Saramandaia', histórias que se passam em ambientes fantásticos."
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