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William Bonner: o dia em que o âncora do Jornal Nacional chorou ao vivo

De Splash, em São Paulo

25/07/2023 04h00

A morte de Roberto Marinho, dono do Grupo Globo de 1925 a 2003, comoveu telespectadores, leitores, jornalistas, famosos e políticos em agosto de 2003 —no próximo dia 6 completa 20 anos do falecimento. À época, dois estádios de futebol ficaram totalmente em silêncio e uma votação na Câmara dos Deputados, em Brasília, foi interrompida em homenagem ao jornalista.

Entre as inúmeras manifestações públicas de tristeza com a notícia, porém, uma chama a atenção do público até hoje: a de William Bonner. O âncora do Jornal Nacional (Globo) chorou ao vivo enquanto lia uma carta assinada pelos filhos do empresário: Roberto Irineu, João Roberto e José Roberto.

O apresentador finalizava a leitura quando foi tomado pela emoção: "Não somente preservar, mas ampliar essa obra é o nosso compromisso, e ela será ampliada [...] Esta é a nossa intenção, esta é a nossa determinação, este é o nosso compromisso. Eu vou concluir...", disse o jornalista, que interrompeu o texto por alguns segundos.

Ele completou a leitura e finalizou o telejornal logo na sequência, sem o tradicional "boa noite". Naquele dia, a outra titular do JN, Fátima Bernardes, não estava presente e o âncora dividiu a apresentação do informativo com o jornalista Renato Machado.

O então presidente das Organizações Globo morreu aos 98 anos, no dia 6 de agosto de 2003, no Rio de Janeiro. Ele foi internado por causa de uma embolia pulmonar e foi levado às pressas para cirurgia, mas não resistiu ao procedimento.

Jornalista  - Reprodução/Globo - Reprodução/Globo
Jornalista chorou a morte do empresário Roberto Marinho
Imagem: Reprodução/Globo

JN

Bonner assumiu a bancada do Jornal Nacional em 1996. O apresentador foi escolhido para o posto depois de ter apresentado atrações como Jornal Hoje, Jornal da Globo e Fantástico. O convite para comandar o principal telejornal do país veio quando voltava de férias.

O então diretor da Central Globo de Jornalismo, Evandro Carlos de Andrade, fez a proposta por telefone. À época, no entanto, ele pediu que o convite fosse mantido em segredo.

"Eu falei: 'Ok, Evandro, [o segredo] só não vale para a Fátima [Bernardes], não é?' Mas ele disse que não podia contar nem para a Fátima. Aí fiquei nervoso. Depois, ele me ligou de novo e disse que tinha reavaliado algumas coisas e que eu podia contar para a Fátima", contou, em entrevista ao Memória Globo

O apresentador dividiu a bancada com Lillian Witte Fibe até 1998, quando Fátima assumiu a cadeira ao lado. No ano seguinte, o jornalista também foi promovido a editor-chefe e passou a acumular as duas funções.