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Manoel evita citar Poeta e desabafa sobre Globo: 'Não tenho nenhum inimigo'

O último ano de Manoel Soares, 44, ficou marcado por rumores de desavenças com Patrícia Poeta, titular do Encontro (Globo). À frente das câmeras, interrupções ao vivo e climão. Por trás, desentendimento na primeira reunião, conforme apurou Splash, equipe dividida e acusações.

Fora da Globo desde o fim de junho, após meses de polêmicas, Manoel Soares se dedica a projetos fora da TV: um agregador de notícias online, marca de roupa, peça de teatro, além de viagem à África.

Em entrevista exclusiva a Splash, o jornalista evita citar o nome de Patrícia ao longo da conversa, diz não querer alimentar fofocas e desabafa sobre sua saída da emissora.

Não tenho nenhum inimigo dentro da Globo. Pelo contrário, tenho pessoas muito próximas que se dispuseram até vir a público para desmentir essas coisas.

Fala de Manoel é resposta a informação de que sua saída da Globo foi motivada por denúncias no Compliance da emissora. Reportagem da Folha de S.Paulo trouxe à tona o número de oito denúncias, incluindo por assédio.

Ele lembra que não pode comentar casos de Compliance, tal qual a Globo, para não gerar desconfiança sobre a importante ferramenta de denúncia interna da empresa e preservá-la.

"Não estou falando isso para me proteger, até porque não tenho que me proteger de absolutamente nada. Se eu tivesse sido desligado da Globo por um episódio de Compliance que poderia ter acontecido ou não, esse desligamento seria por justa causa, porque é assim que se age nesse tipo de situação, e não em comum acordo como aconteceu."

Patrícia Poeta e Manoel Soares apresentaram Encontro por um ano - Globo/Kelly Fuzaro - Globo/Kelly Fuzaro
Patrícia Poeta e Manoel Soares apresentaram Encontro por um ano
Imagem: Globo/Kelly Fuzaro

O apresentador diz ainda que colegas da emissora queriam escrever carta para desmentir informações polêmicas que saíram na imprensa. Também afirma que não teria chegado onde chegou — com passagens pelo É de Casa, Encontro e Papo de Segunda (GNT) — se tivesse comportamento abusivo.

"Manoel, você consegue ficar 20 anos em uma empresa sem ter que pedir desculpa para alguém por alguma coisa?' Óbvio que não, gente, mas graças a Deus, eu nunca vivi situações nas quais as pessoas se sentiram atacadas, constrangidas, e nunca me senti atacado ou constrangido pelas pessoas."

Para o apresentador, o que impera é o diálogo no ambiente de trabalho, principalmente quando "existem questões temporais e culturais" como usar termos que não são mais aceitos na sociedade. "Sou um cara muito sensível nesse aspecto, até por conta do meu ativismo social. Se uma palavra bate no lugar errado, vou chamar a pessoa para conversar."

Ele credita a força dos boatos nos bastidores da Globo a "uma realidade estrutural brasileira", a qual domina a "presunção de culpa". "Se alguém diz 'Manoel é grosso nos bastidores', fica cabendo a mim provar que não sou. Esse processo de presunção de culpa é extremamente letal."

Relação com João Vicente

Além de conflitos com Patrícia Poeta, Manoel teria uma relação problemática com João Vicente de Castro, com quem dividiu o comando do Papo de Segunda. A questão estaria no tom autoritário que Manoel daria para as questões do programa, e isso refletiria na relação com os colegas. João Vicente teria demonstrado incômodo algumas vezes.

Na conversa com Splash, ele negou qualquer divergência com João Vicente e fez elogios: "João é um gênio, é um dos criadores do Porta dos Fundos. Para mim, ele é uma referência, é um mentor".

Ainda afirma que João Vicente não veio a público falar sobre os boatos de briga por uma orientação dele. Manoel contou também que João foi uma das primeiras pessoas a ligar para ele após notícia de desligamento da Globo se tornar pública.

"Ele até perguntou para mim: 'Manoel, você acha que a gente tem que fazer alguma coisa?' Eu falei: 'cara, a gente não tem que falar nada. Meu princípio básico é não dar sangue para o mioma. A gente não pode entrar numa agenda de alimentar fofoca. As pessoas estão tentando ler detalhes onde não tem."

Família e rede de apoio

Manoel se dedica atualmente ao agregador de notícias, o Bombou, e à família, sua prioridade. Ele ressalta que emissoras marcaram conversas, mas ele tomou a decisão de "viver um pouco da intimidade" com seus seis filhos após trabalhar muito nos últimos anos.

Meus filhos com autismo tiveram um salto no desenvolvimento da verbalização, a partir da nossa convivência, lindo de ver. Quando nós conversamos com os profissionais que cuidam deles, eles disseram que a convivência paterna tem um papel nesse lugar.

O apresentador conta a Splash que os filhos formam a sua rede de apoio, principalmente em momentos complicados e de muitas fofocas. "Nós acreditamos que somos a rede de apoio dos nossos filhos. O que meus filhos, principalmente os mais velhos, cada um com a sua personalidade, me ensinaram é que eles podem ser a minha rede de apoio. Digo que dentro da minha casa só tem espaço para nobreza. E eles respeitam muito isso. Eu pergunto a eles: 'vem cá, tem alguma coisa que precise saber na imprensa a meu respeito?' Eles dizem: 'nada relevante'".