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Corpo de influencer é encontrado esquartejado em mala na Argentina

O influenciador Fernando Pérez Algaba - Reprodução/Instagram
O influenciador Fernando Pérez Algaba Imagem: Reprodução/Instagram

Colaboração para Splash, em São Paulo

27/07/2023 14h45

O influenciador e comerciante Fernando Pérez Algaba, 41, que morava em Barcelona, na Argentina, foi encontrado esquartejado em uma mala.

Na quarta-feira da semana passada, ele teve que deixar o imóvel e entregar as chaves

A proprietária enviou mensagens de WhatsApp para ele, mas não teve sucesso

Ela fez a denúncia para saber o paradeiro do homem

A Justiça o procurou, mas só encontraram o passaporte, roupas, duas malas e uma bolsa - não havia vestígios do inquilino, nem de seu cachorro

Uma investigação foi iniciada para desvendar o desaparecimento

Hoje foi constatado que Fernando foi assassinado e seu corpo esquartejado.

O corpo esquartejado foi atirado no Córrego Rey, em Ingeniero Budge, em Lomas de Zamora

Os dois braços e as duas pernas do empresário foram encontrados em uma bolsa preta dentro da mala vermelha.

Anteontem foi encontrado o torso

Todas as partes tinham tatuagens e dois ferimentos de bala foram detectados no torso.

Ontem, a cabeça foi encontrada dentro de uma mochila no mesmo córrego

A identificação do corpo foi realizada pela Polícia Científica de Buenos Aires

Os especialistas compararam as impressões digitais dos membros superiores encontradas no riacho no último domingo, constatando que se tratava de Algaba

O assassinato de Algaba não teria ocorrido onde as partes do corpo foram encontradas

Fontes do Judiciário informaram ao La Nacion que o motivo do crime contra Algaba, apelidado de Lechuga seria um ajuste de contas de uma dívida.

Pessoas próximas à vítima, entre os dias 19 e 18 de julho, Algaba foi intimado por devedores a um condomínio fechado na zona oeste da Grande Buenos Aires

No local, ele teria recebido US$ 200 mil (cerca de R$ 944 mil na cotação atual) que lhe deviam e, ao sair do local, foi sequestrado

Os sequestradores agiram em cumplicidade com os devedores de Algaba

Os criminosos pegaram o dinheiro de volta, o mantiveram cativo por quatro dias e o mataram

Após desmembrarem o corpo, o levaram ao bairro Ingeniero Budge, onde o deixaram em um local para que pudesse encontrado, conforme mensagem da máfia dirigida aos colegas da vítima

Algaba fez uma série de anotações afirmando que algo poderia acontecer com ele, pois ele foi vítima de ameaças.

"Bem, deixo tudo aqui resolvido. Se algo acontecer comigo. Ou se continuarem me pressionando, denuncio todos. Bem, se algo acontecer comigo, todo mundo está avisado. Tenho cinco testemunhas que também estão ameaçando". O trecho faz parte de uma série de mensagens que a vítima escreveu no bloco de notas do seu celular e enviou aos seus contatos e amigos, segundo apurou o La Nacion junto de fontes que tiveram acesso aos textos.

Houve uma troca de mensagens no Instagram entre Fernando e um jovem, que seria filho de um dos principais integrantes da torcida organizada do Boca Juniors, que exigia dinheiro dele.

"Seu FDP, agora você sabe que não vai ganhar mais um centavo. Antes de falar assim da minha velha morta. Você sabe com que merda eu vou bater em você. De mãos dadas eu arranco seu crânio. Não se preocupe, se você não vier, eu irei e papai não vai te salvar", teria escrito Algaba.

Em um longo texto escrito pelo influenciador em 1º de outubro de 2022, ele disse ter perdido uma quantia significativa de dinheiro investido no negócio de criptomoedas

"Olá, bem, em princípio peço desculpas a todas as pessoas por ter falhado com elas e não poder pagar o que me deram. A princípio isso começou como um investimento em criptomoedas e, aos poucos, saiu do controle. Nada do que aconteceu foi de propósito. Em cada nova tentativa de avançar havia sempre a possibilidade de recuperar o que se perdeu. E aí estava o erro".

"Vou cruzar com você e vou matá-lo. Você foi salvo por cinco minutos", dizia uma das ameaçaa que Algaba recebeu em um áudio. Em outra parte da conversa, o empresário respondeu: "Sim, eu sei que você é um barrabrava (membro da torcida organizada) do Boca e todo mundo beija sua mão".

O comerciante se refere ao filho do torcedor e explica que o jovem lhe emprestou R$ 40 mil e que pagou por 12 meses.

"O capital foi devolvido. Agora que eu caí, você não pode esperar alguns meses para eu me acomodar? Não, ele me liga e me ameaça", disse ele na carta.

Os investigadores tentam entender as atividades comerciais de Algaba

Algaba devia dinheiro a investidores que lhe deram fundos para depositar em criptomoedas

Ele aparece nos conselhos de pelo menos três sociedades anônimas

Uma das empresas tinha como razão social a comercialização de sistemas por meio eletrônico e a venda de automóveis e autopeças

Como sócio desta empresa, Fernando assinou pelo menos doze cheques rejeitados por falta de fundos no valor de mais de US$ 929.200 (cerca de R$ 4,3 milhões) entre 2018 e 2019