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'Batman', 'Pânico', 'Taxi Driver': 6 filmes que inspiraram crimes reais

Homem matou doze pessoas durante exibição de "Batman"; ele justificou ser o Coringa - Divulgação
Homem matou doze pessoas durante exibição de 'Batman'; ele justificou ser o Coringa Imagem: Divulgação

De Splash, em São Paulo

31/07/2023 04h00

Na indústria cinematográfica, é comum encontrarmos produções inspiradas em crimes reais. São diversos projetos que se baseiam ou contam toda a história de casos que aconteceram de fato. No entanto, há casos em que a "arte inspira a vida" e criminosos trilham o caminho inverso: eles usam tramas apresentadas em longas para justificar seus atos na realidade.

Abaixo, Splash te conta seis casos que seus autores justificaram por meio de obras audiovisuais.

"Taxi Driver - Motorista de Taxi" inspirou tentativa de assassinato de Ronald Reagan

No dia 30 de março de 1981, John Hincley Jr, de 25 anos, disparou seis tiros no então presidente dos Estados Unidos, Ronald Reagan.

Seus motivos não era políticos e, segundo foi divulgado à época, Hickley era obcecado pelo filme "Taxi Driver" (1976), estrelado por Robert De Niro e Jodie Foster.

A produção de Martin Scorsese conta a história de Travis Bickle (De Niro), um solitário e violento taxista que tenta assassinar um candidato presidencial para chamar a atenção de uma mulher.

O atirador teria se inspirado na trama e tentou matar Reagan para "impressionar" Jodie Foster.

As balas atingiram o pulmão esquerdo do presidente, mas ele sobreviveu.

Hinckley foi detido e preso sob acusações federais de tentativa de assassinato do presidente. Ele entrou em liberdade condicional em 2022, 41 anos após o ataque.

"Pânico" e "Pânico 2" serviram de exemplo para o assassinato de Gina Castillo

Em janeiro de 1998, Gina Castillo foi morta pelo filho Mario Padilla, de 16 anos, e o primo Samuel Ramirez, de 14. Padilla esfaqueou a mãe 45 vezes enquanto Ramirez a segurava.

Menino confessou ter decidido matar Castillo quando ela pediu que ele tirasse o lixo e, por não fazer, ela o colocou de castigo.

Às autoridades, a dupla disse ter planejado o assassinato após assistir a "Pânico" (1996) e "Pânico 2" (1997).

Um ano após o crime, Mario Padilla foi condenado à prisão perpétua, sem possibilidade de liberdade condicional. Seu primo foi condenado a 45 anos.

Durante o julgamento, o juiz do caso proibiu as referências aos filmes da série "Pânico".

"Entrevista com o Vampiro" fez jovem tentar matar Lisa Stellwagen

Em 17 de novembro de 1994, Lisa Stellwagen e o namorado Daniel Sterling foram assistir ao filme "Entrevista com o Vampiro" (1994).

Ao acordar no dia seguinte, Stellwagen encontrou Sterling olhando fixamente para ela. "Vou matar você e beber seu sangue", disse ele.

A jovem levou sete facadas no peito e nas costas. Segundo Stellwagen, o namorado bebeu o seu sangue por alguns minutos.

Sterling foi preso por tentativa de homicídio e disse que acredita em vampiros, mas não gostaria de ser um.

"Fui influenciado pelo filme. Gostei dele", disse Sterling à polícia. "Mas não posso sentar aqui e culpar o filme."

Personagem principal de "Clube da Luta" levou homem a matar três

Em 3 de novembro de 1999, Mateus da Costa Meira, um estudante de medicina, entrou em uma sala de cinema no shopping Morumbi, em São Paulo, que exibia "Clube da Luta" (1999). Ele abriu fogo contra a plateia e matou três pessoas. Outras quatro ficaram feridas.

O autor dos tiros era descrito como tímido, introvertido e apático, além de ter um fraco desempenho acadêmico. Ele era usuário de cocaína e teve episódios de esquizofrenia paranoide ao longo da vida, segundo reportagem da Folha na época.

Meira disse à polícia que ele planejou o ataque por sete anos e que escolheu "Clube da Luta" porque o personagem principal sofre de esquizofrenia.

Mateus da Costa Meira foi condenado a 48 anos de prisão, mas em 2011 foi transferido para um hospital psiquiátrico.

Jovem atacou Starbucks inspirado em "Clube da Luta"

Em 25 de maio de 2009, um adolescente de 17 anos atacou com explosivos uma loja da cafeteria Starbucks, em Nova York, nos Estados Unidos.

Ele foi preso sob a acusação de explodir uma bomba caseira, que deixou danos leves no local.

As autoridades apontaram que o adolescente se inspirou em "Clube da Luta" (1999).

Foi reportado que o jovem teria organizado um próprio clube da luta. Se tratava de algumas pessoas que se encontravam para brigar.

Homem diz que é o Coringa e mata 12 pessoas em sessão de "Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge"

Em 20 de julho de 2012, James Holmes entrou em uma sala de cinema que exibia "Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge" (2012), em Aurora, nos Estados Unidos, e realizou diversos disparos, além de lançar uma bomba de gás contra a plateia. Doze pessoas morreram e 70 ficaram feridas.

As vítimas contaram que não se deram conta do ataque e pensaram que o barulho de tiros vinha do filme. O atirador foi preso ainda no estacionamento do shopping.

As autoridades policiais disseram que, ao ser detido, Holmes estava visivelmente alterado, dizendo que "era o Coringa", um dos principais inimigos de Batman e vilão principal de "Batman: O Cavaleiro das Trevas" (2007). O assassino estava caracterizado como o personagem, tendo inclusive pintado seu cabelo de laranja.

Holmes foi condenado por 24 assassinatos e 140 tentativas de homicídio e pegou prisão perpétua.