Iozzi: Bolsonaro foi uma hecatombe, Brasil está sendo reconstruído do zero
Apaixonada por política desde jovem, Monica Iozzi, 41, não foge da conversa quando o tema está em debate. Nas últimas duas eleições, ela se engajou a favor das campanhas de Fernando Haddad e Luiz Inácio Lula da Silva, ambos do PT, em oposição às candidaturas de Jair Bolsonaro (PL), presidente entre 2019 e 2022.
Em conversa com Splash, a atriz lamenta retrocessos da gestão Bolsonaro e avalia positivamente o governo de Lula após sete meses. Ela cita que o país vive um momento de reconstrução e vê melhorias no desempenho econômico, com a redução da inflação, além de outros setores.
Se a gente falar de cultura, educação e meio ambiente, o governo Bolsonaro foi uma hecatombe, foi um dilúvio. Tudo está sendo reconstruído quase do zero.
Monica Iozzi em entrevista a Splash
A atriz, que deixou recentemente o elenco da novela "Elas por Elas", celebra o retorno do Ministério da Cultura, rebaixado à secretaria em 2019 pelo governo anterior. Também cita a criação do Ministério dos Povos Originários e maior atenção às pautas ambientais.
"Não sou uma pessoa que concorda com absolutamente tudo, que só aplaude e fala 'que maravilha'. É óbvio que eu tenho críticas. Mas é muito difícil você pegar um país como o Brasil estava. A gente estava mal em todas as áreas e algumas delas foram perseguidas. Se dependesse do governo anterior, o Ministério do Meio Ambiente e o da Cultura teriam sido dizimados."
Achei até que essas melhorias iam demorar um pouco mais frente ao cenário estarrecedor que o governo Bolsonaro deixou.
Monica Iozzi em entrevista a Splash
No papo, Iozzi também diz que enxerga uma "atmosfera de intolerância e ódio", mas afirma que o problema não está na polarização política — em relação ao embate entre apoiadores de Bolsonaro e Lula.
"Polarização são dois grupos que têm ideias muito divergentes. Isso não tem problema. Faz parte da política. O que é terrível e foi se construindo nesses últimos anos é essa atmosfera de completa e total intolerância e ódio. É você querer a dizimação do outro."
Haters?
A ex-apresentadora do Video Show sempre expôs suas opiniões políticas nas redes sociais. Ela confessa que fazia isso com mais frequência até alguns anos atrás — em 2017, ela foi condenada a pagar R$ 30 mil ao então ministro Gilmar Mendes após criticar habeas corpus concedido ao médico Roger Abdelmassih, condenado a 278 anos de prisão por 48 estupros a 37 mulheres.
Monica gastava horas do dia para alimentar as redes e interagir com os seguidores pelo Twitter, Facebook e Instagram — único perfil que mantém ativo. Hoje, após ter passado um ano sem qualquer rede social, ela diz ter encontrado o equilíbrio.
"Nessa época eu ainda falava mais sobre política. Era tudo muito com os nervos à flor da pele. Sempre fui responsável em não divulgar notícias que eu não tivesse certeza da fonte. Era uma demanda. Olha o tempo de vida que eu gastava. É bom falar com as pessoas, sustar discussões e divulgar o meu trabalho? Claro que é, mas três, quatro horas por dia? Isso me cansou um pouco"
Segue compartilhando reflexões com os seguidores de maneira saudável e sem ligar para haters. "Depois de um tempo, haters não me afetam em absolutamente nada. Na primeira eleição, tanto de campanha que eu fiz, não necessariamente pelo Haddad, mas contra o Bolsonaro, eu recebi ameaça, coisas terríveis, mas não me afeta... É só um comentário, é só uma pessoa. Por que eu vou deixar alguém que eu nem conheço me afetar?"
A única vez em que Monica se abalou foi quando entrou no CQC e sofreu ataques machistas. "Tive uma certa rejeição na internet simplesmente por ser mulher. Nem tinha feito matéria ainda. 'Ai, mulher no CQC, vai virar uma merd*'. Naquele momento, me dei uma travada, mesmo porque antes do CQC eu não tinha rede social. Fiz porque ia entrar lá. Mexeu comigo."
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