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Fortuna de Chico Anysio sumiu no ar; restaram dívidas e brigas na família

De Splash, em São Paulo

02/08/2023 04h00

Onze anos após a morte de Chico Anysio, a herança do humorista ainda é assunto e motivo de desavença na família.

Recentemente, Nizo Neto afirmou que não recebeu bens materiais e que o pai "foi muito roubado": "Não conferia nada, não via nada, confiava em todo mundo. Era um péssimo homem de negócio", criticou.

Relembre fatos que marcaram a disputa pela herança do comediante nos últimos anos:

Em 2020, testamento de Anysio foi anulado por excluir Lug de Paula, filho do artista e conhecido por interpretar Seu Boneco. Segundo a lei brasileira, uma pessoa não pode deserdar seu filho e nem retirar sua mulher da divisão de bens do patrimônio, só no caso da divisão de bens em vida. A reviravolta fez com que Bruno Mazzeo e Malga Di Paula, a viúva, trocassem acusações.

A viúva também já afirmou em entrevista que Chico determinou que ela herdasse seus bens materiais, e que a propriedade intelectual ficasse para os filhos, o que também foi negado pela Justiça. A decisão judicial compreendeu que a divisão era incorreta, pois Malga não poderia ficar com mais de metade da herança.

Malga afirmou que o patrimônio do comediante foi consumido por despesas e vício em compra de cavalos. "Só para alimentar um cavalo eram R$ 1.500 por mês. Ele chegou a ter 300. Teve uma época em que ele gastava R$ 600 mil por mês com cavalos. E ainda tinha todas as nossas despesas, que não eram poucas: pensão de ex-mulher, mesadas dos filhos e netos. Ele acabou vendendo tudo que a gente tinha, gastou todo o dinheiro que tinha aplicado, pegou empréstimos e adquiriu um monte de dívidas", disse, em entrevista a Antonia Fontenelle.

Em meio às desavenças, a viúva chorou na TV e fez um apelo para retomar o contato com os enteados. "Tudo estaria melhor se a família dele, se nós todos estivéssemos em harmonia. Eu gostaria que todos estivéssemos juntos. Acho que sem conversar, a gente nunca vai se entender. Quero muito falar com vocês. Passamos momentos tão lindos juntos", desabafou ao programa A Noite É Nossa.

Dez anos depois da morte, Malga disse que ainda não havia recebido "um centavo" da herança. Não só não recebi, como o meu patrimônio está bloqueado. Fui privada de todos meus direitos e isso me adoeceu mais", contou, em entrevista ao podcast ZonaV.

Ela também voltou a criticar os enteados. "Olha como é a ironia da vida. Ele tem sete filhos legítimos e um do coração, oito filhos. Desses, tem uns que administram melhor essa questão do litígio, mas outros que não. Entre esses que não, que foram mais radicais e não quiseram sentar pra conversar, eu estava em coma e ele [um dos filhos de Chico, o DJ Cícero Chaves] morreu. Ele ficou brigando comigo durante quase dez anos para receber algo que nunca irá receber".

A declaração sobre Cícero irritou Nizo Neto, que rebateu. "Já faz algum tempo que a senhora Malgarete de Paula vem dando entrevistas bizarras sempre se colocando como vítima em relação à herança — que por sinal não existe — e nós nunca nos manifestamos. [...] Essa declaração que ela deu, usando o nome do meu falecido irmão Cícero com tom de ironia foi realmente um golpe baixo muito escroto. Mais uma vez ela usa a imprensa para falar de um assunto particular, só que dessa vez foi longe demais usando o nome do Cícero, que não está aqui para se defender. Uma grande falta de respeito!".

No ano passado, a revista Veja revelou que a fortuna de Anysio "virou pó" e há uma dívida de R$ 7 milhões. Segundo a revista, desse valor R$ 1,4 milhão são de IPTU e condomínio não pagos, que seriam responsabilidade direta de Malga. Ela exerceu a função de inventariante por cinco anos e é acusada de lesar os demais herdeiros e de apropriação indébita. A maior parte da dívida seria de tributos de uma das empresas em nome do humorista — a viúva teria vendido sua parte quando Anysio estava doente.

Bruno Mazzeo assumiu o inventário e, segundo o advogado de cinco dos herdeiros, a conta do espólio estava zerada na ocasião.

No ano passado, uma das dívidas terminou em acordo na Justiça. Oito profissionais de saúde do Hospital Samaritano, onde Anysio morreu, cobravam honorários. O processo foi arquivado.