Terra e Paixão: Relação de Lucinda e Anely dá gosto de ver e surpreende

"Terra e Paixão" está longe de ser um dos melhores trabalhos de Walcyr Carrasco, mas ainda tem potencial para chegar perto disso. E em grande parte é por conta dos acertos do autor, que são grandiosos. Um bom exemplo disso são as personagens Lucinda (Débora Falabella) e Anely (Tatá Werneck).

Dá gosto de ver as duas em cena, especialmente pela química que entrega muita verdade na relação das irmãs fictícias. Depois de um tempinho afastada das novelas, parece que Werneck voltou com sangue nos olhos e comprova todos os dias ser uma artista completa.

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Embora muitos possam achar que não, Anely não é uma personagem fácil de ser vivida. Os traços caricatos dela se esvaíram há muito tempo, e mesmo quando encarna a dominatrix online ou protagoniza cenas cômicas com Luigi (Rainer Cadete), um pouco mais de cuidado permite ver que existem ali muitas camadas delicadas.

Sigo defendendo que existe um turbilhão de emoções em Anely que ainda estão sendo podadas. Quando Carrasco abrir a 'porteira', acredito que teremos muitas pessoas se identificando com a personagem e transformará o papel em um marco na carreira de Tata.

Agora elogiar o talento de Débora Falabella é chover no molhado, como diria minha avó. Todo mundo já conhece, sabe e enaltece. Digo tranquilamente que Lucinda é uma das personagens mais importantes no ar atualmente. A denúncia de violência doméstica que ela sofre tem sido conduzida de uma maneira muito forte, mas ao mesmo tempo sensível e quase didática.

Com números tão lamentáveis desse tipo de crime no país, é importante ter essa pauta em horário nobre dialogando tão próxima de tantas realidades espalhadas por aí. Temo apenas sobre o caminhar da personagem do ponto de vista amoroso. Não sei se Marino (Leandro Lima) é realmente uma opção para ela ou seria mudar seis por meia dúzia.

Mas até lá muita água ainda vai rolar e eu torço que essa dupla ganhe o protagonismo que merece e pode agregar tanto na novela das 21h.