Restart volta para se despedir dos fãs: 'Emocionado só de pensar'

A Restart voltou para fazer a despedida que os fãs nunca tiveram. Em entrevista a Splash, a banda explica por que decidiu retornar aos palcos oito anos depois de anunciar uma pausa por tempo indeterminado:

"Além de a gente não ter feito uma despedida, a gente completa 15 anos essa semana", diz o vocalista Pe Lanza. "Desde o ano passado a gente vem namorando isso, porque é uma data super emblemática para encerrar esse ciclo, essa história que a gente deixou em aberto".

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A turnê de despedida tem o nome de uma música que a banda lançou há 13 anos, mas parece ter sido feita para este momento: "Pra Você Lembrar". A expectativa é que a Restart passe cerca de oito meses percorrendo capitais e cidades que fizeram parte da história do grupo. O primeiro show será em São Paulo no dia 7 de outubro, e a venda de ingressos começa na próxima sexta-feira (4).

A Splash, os integrantes explicam que a ideia é reencontrar os fãs — especialmente aqueles que, no auge da Restart, não conseguiram ver a banda por limitações de idade ou de dinheiro.

Esses próximos shows são a última vez que as pessoas vão ter a oportunidade de ver a gente como Restart, então por isso a gente também fica muito emocionado. Pe Lu

"A gente quer reforçar que é uma turnê de despedida porque é muito importante que as pessoas que estavam com a gente lá atrás e também as pessoas que nunca tiveram a oportunidade de ver a banda estejam nesses shows. Eu já fico emocionado de pensar", diz o vocalista Pe Lu.

Talvez a maior expoente do "happy rock" que marcou o início dos anos 2010 no Brasil com suas cores neon, a Restart provocava sentimentos intensos: havia fãs apaixonados para garantir mais de mil shows em sete anos de atividade, mas também havia quem odiasse a banda com paixão.

Na época, o grupo era um alvo para críticas de todos os lados: desde os roqueiros "raiz" que ficavam ofendidos com o novo som até pessoas que nunca tinham ouvido uma música, mas se revoltavam com as roupas coloridas (agora, é até difícil explicar o porquê).

Após oito anos de pausa, parece que o cenário mudou e os ânimos se acalmaram. A banda cita o exemplo de Tico Santa Cruz, que era um crítico ferrenho da Restart e agora comemorou o anúncio do retorno:

Os quatro integrantes, no entanto, fazem questão de reforçar: os comentários positivos sempre valeram mais que os negativos.

"A gente sempre se sentiu mais amado do que qualquer outra coisa. Acho que as pessoas que não gostavam da banda, o hate da época, era algo que não pesava no nosso dia a dia. A gente tinha muita gente apoiando o nosso sonho. A percepção do hate vem até meio em retrospecto", diz Pe Lu.

"Uma coisa é fato: sempre vão ter pessoas amando e odiando. A gente não estava muito preocupado com isso, mesmo na época. Tínhamos uma base de fãs e uma comunidade tão consolidada que era só a gente se manter com elas e já era uma força vital", acrescenta o guitarrista Koba.

No primeiro dia após o anúncio, o clima entre os fãs era só de felicidade — muito diferente da melancolia que costuma acompanhar as turnês de despedida. Entre os integrantes, a sensação é a mesma: Pe Lanza e o baterista Thomas perderam as contas de quantas vezes choraram com a emoção de reencontrar os fãs.

No meio disso tudo, eles estão se preparando para dizer o adeus final?

"A gente tá vivendo hoje muito o reencontro com as pessoas, com parte da nossa história, com estar junto no palco de novo. Acho que esse é um pensamento que vai vir daqui a uns meses, vai bater aquele 'ih, a despedida tá chegando'", explica Pe Lu.