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OPINIÃO

Amor Perfeito: Após ato cruel de Anselmo, Globo acerta em drama de Érico

Érico (Carmo Dalla Vecchia) e Verônica (Ana Cecília Costa) em Amor Perfeito - Reprodução/TV Globo
Érico (Carmo Dalla Vecchia) e Verônica (Ana Cecília Costa) em Amor Perfeito Imagem: Reprodução/TV Globo

Lucas Rocha

De UOL em São Paulo

04/08/2023 11h52

Já tem um tempo que a sociedade ensaia entrar numa discussão mais aprofundada sobre o preconceito com pessoas bissexuais, mas claramente ainda temos um longo caminho pela frente. Em "Amor Perfeito", Duca Rachid, Elisio Lopes Jr. e Júlio Fisher têm mostrado delicadeza ao mostrar o drama de Érico (Carmo Dalla Vecchia).

Depois do ato cruel de Anselmo (Paulo Betti) em expor o passado do advogado com Romeu (Domingos Alcântara), ficou claro o cuidado dos autores ao construírem o arco de Érico e Verônica (Ana Cecília Costa).

A trama se passa nos anos 1940, logo não cabe ali expor a pauta da sexualidade de forma tão didática. Mas não precisa esforço para ver a verdade que o advogado teve tanto ao se envolver com o ator quanto com a cozinheira. De certa forma, isso legitima que não se trata de uma pessoa "em dúvida" ou pior, que esteja enganando com quem está.

Dou créditos para a atuação de Vecchia, que brilhou ao mostrar a existência do advogado "sendo como se é" num sinônimo de perseguição, e de muita dor. Não muito diferente do que tantos vivem nos tempos atuais.

A sensibilidade da Verônica de Ana Cecília também é louvável. Afinal, o que seria daqueles que não se encaixam no "padrão" sem alguém para erguer a mão ou dar amor?!

No limite do que pode, "Amor Perfeito" desempenha um papel digno de aplausos ao cativar pela empatia uma parcela da sociedade que ainda possa estar presa na mentalidade de 1942.