Lizzo é tirada das opções do Super Bowl após acusações de abuso, diz jornal
Colaboração para Splash, no Rio de Janeiro
11/08/2023 14h38
A cantora Lizzo, 35, foi retirada pela NFL da lista de opções para se apresentar no intervalo do Super Bowl após as acusações de abuso e assédio sexual e moral, segundo informações do jornal The Daily Mail.
O jornal informou que a NFL estava conversando com a cantora para que ela fosse a atração do evento da final do futebol americano, durante o intervalo de 15 minutos, transmitido para o mundo inteiro, que será realizado em 11 de fevereiro do ano que vem.
"As conversas sobre Lizzo fazer parte das festividades do intervalo ou para cantar o Hino Nacional estão mortas agora que ela está cercada de escândalos", disse uma fonte da liga à publicação.
O que aconteceu?
A cantora norte-americana está sendo processada por três de suas ex-bailarinas por suposto assédio sexual, religioso, discriminação, agressão e até cárcere privado. As dançarinas em questão são Adrianna Davis, Crystal Williams e Noelle Rodriguez.
No processo, as dançarinas afirmam que foram "pressionadas" a assistirem a shows de sexo. Lizzo teria pressionado Arianna a "a tocar os seios" de uma artista em uma boate em Amsterdã. A dançarina teria resistido, mas acabou cedendo "temendo que isso pudesse prejudicar seu futuro na equipe" se ela não o fizesse.
Segundo a petição, obtida pela BBC, havia uma preocupação com o peso de Arianna: "Na dança profissional, o ganho de peso de um dançarino é frequentemente visto como se aquele dançarino fosse preguiçoso ou pior como artista. As perguntas de Lizzo e da Sra. Scott sobre o compromisso da Sra. Davis com a turnê eram preocupações veladas sobre o ganho de peso da Sra. Davis", diz o documento.
Embora nunca feitas de forma explícita, as perguntas "deram a Davis a impressão de que ela precisava explicar seu ganho de peso e revelar detalhes pessoais íntimos sobre sua vida para manter seu emprego", diz a petição.
O processo ainda menciona que a capitã do time de dança, Shirlene Quigley, que era cristã, "ridicularizava" quem fazia sexo antes do casamento. Ela também é acusada de falar abertamente sobre virgindade de uma das ex-dançarinas e postar sobre isso nas redes sociais.
A equipe de gerenciamento do BGBT também sofre acusações, inclusive de discriminação racial. Segundo as alegações, os membros negros do grupo de dança foram "tratados de maneira diferente" dos outros membros da equipe.
As autoras também alegam que Lizzo e a equipe da produtora não realizaram os pagamentos de forma justa durante partes da turnê europeia da cantora. Elas dizem que receberam apenas 25% de seu pagamento semanal durante o tempo que não se apresentaram na turnê.
A cantora se manifestou publicamente ontem, negando as acusações. "Estes últimos dias foram terrivelmente difíceis e esmagadoramente decepcionantes. Meu respeito, minha ética de trabalho e minha moral foram questionados. Fui criticada", disse ela em um trecho do comunicado.
Lizzo é conhecida por celebrar seu corpo, o amor-próprio e a autoestima. Nos últimos anos, ganhou 4 Grammys, incluindo "Gravação do ano" este ano, com "About Damn Time".
As dançarinas retrucaram Lizzo sobre "falsas acusações" de assédio. Uma delas falou que é "chocante ler uma declaração como essa". "Em suas palavras e na maneira como ela está falando, está invalidando não apenas nossa experiência, na qual ela estava presente e pôde testemunhar em primeira mão. Ela mencionou algo nesta declaração [sobre] proteger as mulheres - onde estava o mesmo sentimento quando eu disse a ela e queria conversar e disse que estou me demitindo porque me sentia insegura, não me sentia ouvida e era desrespeitada?", disse.