Tony: Léa Garcia integrou time que abriu caminho para o negro na TV

Léa Garcia morreu ontem (15), aos 90 anos, horas antes de ser homenageada com o troféu Oscarito no Festival de Gramado, pelo conjunto da obra ao lado de Laura Cardoso.

O colunista Tony Goes, da Folha de S.Paulo, lamentou a perda da atriz, mas celebrou seu legado e trajetória. "Léa teve uma vida longa. Era uma atriz de muitos recursos Morreu aos 90 anos de idade e teve o que talvez seja a morte ideal. Não ficou meses no hospital, sofrendo, com dores. Ela [simplesmente] foi dormir e não acordou mais."

Goes ressaltou a importância do trabalho de Léa para o avanço do negro nas artes nacionais. "Ela é muito representativa da ascensão dos atores negros do teatro brasileiro. Quando se começou a valorizar o talento negro e a exigir representatividade negra na frente e atrás das câmeras, ela foi rapidamente lembrada, assim como Ruth de Souza, Milton Gonçalves - todos esses pioneiros que deram, literalmente, a cara para bater para que hoje a gente possa ter uma Taís Araújo, uma Camila Pitanga. Esse pessoal abriu a trilha para todos eles."