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Maíra Cardi diz ter sido abusada aos 4 por vizinho: 'Mão na minha calcinha'

Maíra Cardi falou sobre abusos sexuais sofridos na infância Imagem: Reprodução/YouTube

Colaboração para Splash, em São Paulo

17/08/2023 15h52

Maíra Cardi, 39, disse que sofreu abusos sexuais na infância e na adolescência por pessoas próximos de seu convívio, a exemplo de um vizinho e um professor de ginástica.

Cardi contou que seu primeiro abuso ela tinha de 4 para 5 anos, quando um vizinho e amigo da família costumava enfiar a mão em sua genitália dentro da piscina. A influenciadora abordou o assunto em entrevista ao podcast PodC, comandado por Celso Portiolli.

"Tinha um vizinho que me abusava, e eu não gostava obviamente, e ele me chamava sempre para ir para a piscina, e ele enfiava a mão por dentro da minha calcinha, e eu ficava tentando sair, de 4 para 5 anos. Ele falava: 'vem cá Maíra'. E eu do lado de fora [dizia] 'não quero', e minha mãe [falava] 'vai Maíra'. Eu não queria, mas minha mãe ficava 'larga de ser chata, Maíra, vai', e aí eu ia", declarou.

A artista destacou que naquela época não sabia explicar que estava sendo abusada, mas se sentia incomodada. Ela ponderou que não falava de sexo em casa e que, por não ter conhecimento, não sabia como falar para seus pais sobre o que havia acontecido. "Hoje em dia a gente está tendo mais coragem de falar sobre isso. Era uma coisa muito silenciosa, muito 'normal'. A gente não lembra de muita coisa, as mulheres apagam muita coisa. Têm coisas muito fortes que nem cabem contar."

"Eu não podia falar de sexo porque não entendia e meu pai era muito machista, não sabia o que era aquilo, o que faz com que o abuso fique mais fácil, porque se você sabe o que não pode, você se protege. Se você não sabe fica você fica vulnerável, você não entende o que está acontecendo", disse a famosa.

Maíra Cardi também contou que aos 7 anos tinha um professor de ginástica olímpica que a abusava na frente de outras pessoas. Como ninguém falava nada, em sua cabeça ela pensava que fosse "normal".

"O meu professor me obrigava a sentar no colo dele de pau duro e ficava me esfregando. Todos os dias ele fazia isso, só que ele fazia na frente de todas as pessoas e eu achava que era normal porque ele estava fazendo na frente de todo mundo. Na cabeça da criança, se todo mundo tá vendo deve ser normal, mas eu sentia um incômodo enorme, eu chegava a passar mal, vomitar, era horrível, mas eu não sabia o que era", falou.

Por fim, Maíra explicou que sua filha, Sophia, da relação com Arthur Aguiar, quis fazer aula de ginástica, e ela não impediu porque não quer que seus "traumas" sejam "passados" para ela. Entretanto, ressaltou que educa Sophia para que a menina saiba "onde pode pegar e onde não pode".

Como denunciar violência contra a mulher

Mulheres que passaram ou estejam passando por situação de violência, seja física, psicológica ou sexual, podem ligar para o número 180, a Central de Atendimento à Mulher. Funciona em todo o país e no exterior, 24 horas por dia. A ligação é gratuita. O serviço recebe denúncias e faz encaminhamento para serviços de proteção e auxílio psicológico. O contato também pode ser feito pelo WhatsApp no número (61) 9610-0180.

Mulheres vítimas de estupro podem buscar os hospitais de referência em atendimento para violência sexual, para tomar medicação de prevenção de ISTs (infecções sexualmente transmissíveis), ter atendimento psicológico e fazer interrupção da gestação legalmente.

Se houver intuito de denunciar, a orientação é buscar uma delegacia especializada em atendimento a mulheres. Caso não haja essa possibilidade, os registros podem ser feitos em delegacias comuns.

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