Corpo de Léa Garcia é velado no Rio; amigos prestam homenagens
Colaboração para Splash, em São Paulo
19/08/2023 10h33Atualizada em 19/08/2023 13h57
O corpo da atriz Léa Garcia está sendo velado no Theatro Municipal do Rio em cerimônia aberta ao público, na manhã de hoje. O velório acontece das 10 horas às 13 horas no Foyer do teatro.
A cerimônia restrita a familiares e amigos será às 14 horas no Cemitério São João Batista, em Botafogo, e o sepultamento será às 15h30.
Amigos e parentes compareceram ao velório e destacaram o legado de Léa para a dramaturgia — ela foi uma das primeiras atrizes negras da televisão brasileira, e uma das maiores expoentes da cultura afro-brasileira.
"É importante que a gerações futuras saibam quem foi dona Léa, que entendam que isso é uma luta, uma conquista, um legado. É presente hoje, como é presente discutir questões raciais no país", disse o ator Luís Miranda, à GloboNews.
Léa Garcia morreu na terça-feira (15), aos 90 anos, horas antes de ser homenageada com o troféu Oscarito no Festival de Gramado, pelo conjunto da obra, ao lado de Laura Cardoso.
A atriz estava em Gramado desde o fim de semana, acompanhada do filho, Marcelo Garcia, e assistiu a sessões dos filmes "Retratos Fantasmas" e "Tia Virginia". Splash apurou que a causa da morte foi um infarto agudo do miocárdio.
Trajetória
Ao lado de nomes como Ruth de Souza e Zezé Motta, Léa Garcia foi uma das primeiras atrizes negras da televisão brasileira, e uma das maiores expoentes da cultura afro-brasileira.
Léa ficou famosa no Brasil após interpretar Rosa em "Escrava Isaura" (1976). Antes, no entanto, ela já havia representado o país no cinema internacional: interpretou Serafina em "Orfeu Negro" (1959), filme de Marcel Camus.
Inspirado na peça teatral "Orfeu da Conceição", de Vinicius de Moraes, o longa venceu o Oscar de melhor filme estrangeiro e fez a atriz ser indicada ao prêmio de melhor interpretação feminina em Cannes.
Além de pioneira, Léa se dedicou a fomentar o cinema negro brasileiro ao longo da vida. Como roteirista, adaptou para as telas textos de autores negros como Cidinha da Silva, Luiz Silva Cuti e Muniz Sodré. Ela também participou de produções feitas por pessoas negras que colocavam temas raciais no centro do enredo, como "As Filhas do Vento" (2005).