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Débora Falabella detona machismo: 'Difícil dar conta desses homens héteros'

Lucinda (Débora Falabella) em cena de 'Terra e Paixão' Imagem: Globo/Reprodução

De Splash, em São Paulo

20/08/2023 10h18

Débora Falabella, 44, em entrevista ao jornal Extra:

Papel de denúncia do machismo e da violência, na história de sua personagem em "Terra e Paixão", Lucinda: "O objetivo dessa história é mostrar como muitas [mulheres] têm dificuldade para sair do relacionamento abusivo, fazer com que elas se questionem sobre o que necessitam para se fortalecerem e acabarem com essa situação. Estou tentando tratar tudo isso com muito respeito. Na TV, você atinge um público bem grande, diversas classes sociais, por isso é uma responsabilidade enorme."

Como lida com relacionamentos tóxicos ao seu redor: "Eu meto minha colher, sim. Acho que a nossa sociedade mudou. Qualquer coisa que eu escuto de diferente, de estranho, para uma mulher, seja no meu prédio ou na rua, eu já fico alerta (...) Claro que se eu vir um cara sacaneando a minha amiga, se eu vir ela sofrer por um sujeito escroto, eu vou falar, conto mesmo."

Política e o que desperta sua preocupação: "Há uma caretice no mundo muito grande, uma violência em relação a gênero... Quanto mais a gente avança em alguns temas, mais os conservadores ficam preocupados. Eles vão em cima, mas acho que várias situações me escandalizam. O governo que a gente passou, por exemplo, para mim realmente foi um pesadelo."

Machismo e conservadorismo: "Está difícil dar conta desses homens héteros. Ainda bem que eu sou casada com um muito legal", declara, sobre o diretor e roteirista de cinema Fernando Fraiha. "A gente não está aguentando, ainda mais com esses caras conservadores, eles ainda causam um grande estrago. Chega a ser ridículo. Parece que a gente está lidando com ogros e brutamontes. É muito triste mesmo e chega a ser vergonhoso a gente ainda ver esses caras agindo desse jeito. O problema é que esses homens ainda matam mulheres e mandam no mundo de alguma forma [ela se referia ao movimento red pill, de homens que valorizam a masculinidade e propagam o ódio]."

Estranhamento da fama e vontade de largar carreira: "Me assustei com a invasão de privacidade e comecei a questionar a minha carreira. Talvez eu tenha ficado descrente, por causa da exposição grande (...) É muito absurdo você sair na rua e as pessoas te reconhecerem. Eu não consigo me acostumar com isso, acho esquisito. Teve uma época em que eu dei uma 'panicada', mas não desisti, né? Continuei. Entendi que a profissão não era só isso, mas dei uma apavorada, sim. Entendo totalmente atrizes que desistiram da profissão, como Lídia Brondi e Ana Paulo Arósio. Elas largaram no auge. Não é fácil lidar com uma exposição de vida. Hoje, minha grande dificuldade em rede social é querer falar só sobre trabalho."

Uso do TikTok para compartilhar sua rotina de atriz: "Foi interessante porque eu consigo falar do meu trabalho lá. Consigo fazer meu próprio veículo de comunicação, então a gente acaba resolvendo a nossa maneira de se divulgar."

Vida após os 40: "Depois dos 30, eu virei uma pessoa que se dedica à atividade física de verdade. Claro que é por vaidade, mas muito mais por uma questão física e de sensação de bem-estar (...) Nós não queremos nos tornar invisíveis, mas, ao mesmo tempo, a gente vai perdendo um certo filtro bobo que se tem quando é mais jovem, como a preocupação pelo que o outro vai pensar de você."

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