Após quebra de sigilo, Tas diz não ter 'nada para esconder' e critica PL
O apresentador Marcelo Tas, 63, comentou na bancada do Jornal da Cultura (TV Cultura) sobre sua intimação e subsequente quebra de sigilo bancário pela CPI das Pirâmides Financeiras.
Tas disse que não tem nada a esconder da Comissão Parlamentar de Inquérito e apontou que está à disposição para prestar quaisquer esclarecimentos, mas ponderou sobre as decisões. "O que está acontecendo agora é o seguinte, chama-se a atenção de atores e de comunicadores que têm contratos feitos com essas empresas [...] Imagina se quem fez propagandas das Americanas, por exemplo, fosse intimado para ir na CPI", questionou.
Eu não tenho nada a esconder. Já disse inclusive ao nobre relator que eu estou à disposição da CPI. Hoje um senhor deputado que eu não vou dar o nome pediu a quebra do sigilo bancário meu, da Tatá [Werneck] e do Cauã [Reymond].
Marcelo Tas sobre intimação por CPI das Criptomoedas e quebra de sigilo bancário
O apresentador se referia ao deputado Paulo Bilynskyi (PL-SP), responsável por pedir a convocação nos três na condição de investigados e a quebra de sigilo.
Sobre a quebra de sigilo, Tas demonstra a mesma disposição. "Eu, depois de 40 anos de trabalho, até acho legal olhar o que eu ganhei depois disso tudo. Eu não tenho nada a esconder, quero dizer isso para a CPI."
Ainda assim, Marcelo sugeriu que os atos podem ter como objetivo, em sua opinião, esconder outros acontecimentos recentes. "O partido desse deputado, tanto que me intimou quanto que pediu a quebra do sigilo, adivinha de qual partido que ele é, Vera [Magalhães]? Duas letrinhas", sugeriu.
"Do PL", prosseguiu. "Não estou acusando o deputado de querer esconder coisas do Bolsonaro, mas é do partido do ex-presidente."
O que aconteceu?
Tatá Werneck, Cauã Reymond e Marcelo Tas fizeram propaganda para a empresa Atlas Quantum, acusada de aplicar golpes de mais de R$ 7 bilhões, lesando cerca de 200 mil investidores — e o próprio Marcelo Tas foi um deles.
Enquanto a empresa ainda operava, Tatá, Cauã e Tas participaram de campanhas publicitárias. Já Marcelo Tas fez uma entrevista patrocinada com os donos da empresa em questão.
Diversos vídeos com Cauã e Tatá ainda estão disponíveis na página da Atlas Quantum no Facebook. Nas peças, os dois dão depoimentos falando por que acreditavam na empresa e no investimento em criptomoedas.
"Eu acho que as pessoas vão perceber que é um percurso natural, que elas precisam começar a ter maior controle sobre os seus gastos", diz Tatá. "Eu fiquei interessada por ter o domínio sobre algo que eu luto tanto e sempre lutei tanto para conseguir."
Tatá e Cauã ainda se uniram a um time de influenciadores para o chamado "Desafio Investidores", um evento transmitido ao vivo nas plataformas digitais para divulgar a empresa e os seus serviços.
"Eu acho que as criptomoedas estão aí e a gente precisa olhar para elas", diz Cauã. "Tenho alguns amigos que estão investindo e eles estão muito felizes."
Em nota enviada a Splash, os advogados de Tatá Werneck, Ricardo Brajterman e Maíra Fernandes, se manifestaram:
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Quero receber"Causou grande perplexidade essa convocação, porque Tatá atuou somente como garota propaganda da Atlas, há longínquos cinco anos, ocasião em que não havia nada que desabonasse aquela empresa. Ora, se o Banco Central, a CVM, o Ministério Público, a Receita Federal e os demais Órgãos Reguladores permitiam a atividade da Atlas junto ao grande público, como poderia a Tatá, que é somente uma atriz, adivinhar que essa empresa teria alguma atividade ilegal? É óbvio que se Tatá soubesse que a Atlas viria a se envolver em algum escândalo, lesando seus consumidores, ela jamais aceitaria vincular sua imagem àquela empresa."
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