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Atriz de 'Mulheres Apaixonadas' lança livro contando experiência em seita

No ar como Rafaela, uma garota em relacionamento homoafetivo com Clara (Alinne Moraes), na reprise da novela "Mulheres Apaixonadas", Paula Picarelli, 45, falou sobre o lançamento da segunda edição de seu livro, "Seita - O dia em que entrei para um culto religioso", para o jornal O Globo.

A experiência de oito anos em uma seita religiosa: "Já teve gente que me escreveu dizendo que, por conta do livro, conseguiu reconhecer as armadilhas antes de entrar numa seita. Isso me alegra, porque eu fui longe demais. Eu sempre tive o perfil CDF e, quando acreditei que aquilo era verdade, fui muito fundo na experiência. Foram oito anos. Posso dizer que tenho mestrado e doutorado no assunto".

Os abusos dentro da seita: "Não tivemos casos de abusos sexuais, como é visto em outros. Creio que também por isso essa história nunca veio a público. Eu mesma não tenho coragem de dar nome aos bois. Eu criei uma ficção para contar essa história. Era uma seita com todos os requisitos, incluindo abusos psicológicos e morais e ameaças de morte."

O processo de revisão do livro para o lançamento de uma segunda edição: "Achei que esse processo de revisão fosse ser simples, porque eu também escrevo para teatro e estou acostumada a reler os meus próprios textos. Imaginei que essa história nem era mais sobre mim, mas sobre um tema importante a ser discutido. Mas, assim que eu abri o livro para fazer a revisão, toda a sensação voltou. Por um lado, é muito difícil entrar em contato com esse caso, mas por outro é muito divertido também, porque foi tanta maluquice. É um misto de emoções."

Retorno da novela

Reapresentação da novela "Mulheres Apaixonadas": "Toda vez que a novela volta ao ar é muito lindo. As pessoas enchem as minhas redes sociais com histórias de amor inspiradas nas personagens. Há ainda depoimentos muito fortes de pessoas dizendo que se descobriram por conta da novela ou que ela ajudou a dialogarem sobre sexualidade dentro de casa."

A relação com a filha de 11 anos: "Eu não imponho nada para ela, só respondo aos questionamentos que ela traz. A gente tem um diálogo franco sobre todas as questões, desde sexualidade a afinidades. Fico emocionado de ver uma pessoa que vai ser menos encucada do que a minha geração. Simplesmente porque a gente não reprime."

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