CPI das Criptomoedas: por que Tata, Cauã e Marcelo Tas estão envolvidos?
A CPI das Pirâmides Financeiras aprovou ontem (23) a quebra de sigilo bancário de Tata Werneck, Cauã Reymond e Marcelo Tas. Os três são investigados por atuação em propagandas da empresa Atlas Quantum, empresa acusada de aplicar golpes de R$ 7 bilhões em cerca de 200 mil investidores.
O que é a CPI das Pirâmides Financeiras?
A Comissão Parlamentar de Inquérito pretende apurar crimes de lavagem de dinheiro por via do mercado das criptomoedas. Ao todo, foram 11 empresas identificadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que teriam realizado operações fraudulentas por este meio.
A CPI foi proposta pelo deputado Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ) e aprovada no Plenário em 17 de maio deste ano, sendo instalada na Câmara dos Deputados no dia 13 de junho.
As empresas investigadas são acusadas de terem divulgado falsas promessas de rentabilidade e desenvolvimento de projetos, visando atrair investidores e sustentar pirâmides financeiras. Recentemente, a agência de viagens 123milhas virou alvo da comissão, que convocou os donos para prestar esclarecimentos sobre o cancelamento de pacotes e passagens.
Em um prazo de 120 dias, prorrogável por até 60 dias, a CPI deverá concluir as investigações. Segundo o portal da Câmara dos Deputados, a comissão tem poderes de inquirir testemunhas, ouvir suspeitos, prender e quebrar sigilo bancário, fiscal e de dados, desde que não torne os mesmos públicos.
Como Cauã Reymond, Tata Werneck e Marcelo Tas foram envolvidos?
Os três fizeram propaganda para a empresa Atlas Quantum, acusada de aplicar golpes de mais de R$ 7 bilhões, lesando cerca de 200 mil investidores — e o próprio Marcelo Tas foi um deles.
Enquanto a empresa ainda operava, Tata, Cauã e Tas participaram de campanhas publicitárias.
Diversos vídeos com Cauã e Tata ainda estão disponíveis na página da Atlas Quantum no Facebook. Nas peças, os dois dão depoimentos falando por que acreditavam na empresa e no investimento em criptomoedas.
"Eu acho que as pessoas vão perceber que é um percurso natural, que elas precisam começar a ter maior controle sobre os seus gastos", diz Tata. "Eu fiquei interessada por ter o domínio sobre algo que eu luto tanto e sempre lutei tanto para conseguir."
Tatá e Cauã ainda se uniram a um time de influenciadores para o chamado "Desafio Investidores", um evento transmitido ao vivo nas plataformas digitais para divulgar a empresa e os seus serviços.
"Eu acho que as criptomoedas estão aí e a gente precisa olhar para elas", diz Cauã. "Tenho alguns amigos que estão investindo e eles estão muito felizes."
Em bate-papo no Jornal da Cultura, Tas disse não ter nada a esconder da CPI, e apontou estar à disposição para prestar esclarecimentos: "Eu não tenho nada a esconder. Já disse inclusive ao nobre relator que eu estou à disposição da CPI [...] O partido desse deputado, tanto que me intimou quanto que pediu a quebra do sigilo, adivinha de qual partido que ele é, Vera [Magalhães]? Do PL. Não estou acusando o deputado de querer esconder coisas do Bolsonaro, mas é do partido do ex-presidente."
Em nota enviada a Splash, os advogados de Tata Werneck, Ricardo Brajterman e Maíra Fernandes, se manifestaram:
"Causou grande perplexidade essa convocação, porque Tata atuou somente como garota propaganda da Atlas, há longínquos cinco anos, ocasião em que não havia nada que desabonasse aquela empresa. Ora, se o Banco Central, a CVM, o Ministério Público, a Receita Federal e os demais Órgãos Reguladores permitiam a atividade da Atlas junto ao grande público, como poderia a Tata, que é somente uma atriz, adivinhar que essa empresa teria alguma atividade ilegal? É óbvio que se Tata soubesse que a Atlas viria a se envolver em algum escândalo, lesando seus consumidores, ela jamais aceitaria vincular sua imagem àquela empresa, cabendo destacar que Tata nunca investiu na Atlas; nunca foi sócia da Atlas ou teve qualquer participação nos rendimentos da Atlas. Tata foi somente uma prestadora de serviços sem qualquer envolvimento com as atividades e rotina da Atlas."
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