José de Abreu diz que sua vida 'virou inferno' após defender Dilma na Globo
Colaboração para Splash, em São Paulo
24/08/2023 10h53
José de Abreu disse que sua vida "virou um inferno" após denunciar "o golpe" sofrido pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016, durante participação ao vivo no programa Domingão do Faustão, na Globo.
O ator recordou o episódio em que externou sua posição contrária à deposição da petista, com críticas ao então presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e os deputados que votaram contra Dilma, para destacar que agora, por unanimidade, o TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1º Região) manteve a decisão que arquivou uma ação de improbidade contra a ex-presidente sobre o caso das "pedaladas fiscais", que culminou na saída de Rousseff do Planalto, antes do fim de seu segundo mandato.
Abreu destacou que, depois de sua fala na Globo, ele passou a sofrer diversos ataques, teve que morar fora do Brasil e, quando retornava ao seu país de origem, precisava diversificar os endereços.
"No dia 24/04/2016 fui homenageado no Arquivo Confidencial do Faustão: defendi a Dilma, denunciei o golpe, ataquei Cunha e os golpistas e minha vida virou um inferno. Passei a morar fora e só ficar no Brasil enquanto gravava. Cada novela nova, por segurança, endereço novo, cada vez mais próximo do Projac. Tudo alugado por temporada, mobiliado. Hoje a Justiça diz que Dilma nunca cometu crime", escreveu.
O que o ator falou:
Em 24/04/2016, José de Abreu, ao vivo na Globo, disse que o país estava presenciado um "golpe" ao Estado Democrático de direito após a Câmara dos Deputados aprovar o impeachment da então presidente Dilma Rousseff.
O ator criticou Michel Temer (MDB), que era vice da petista e assumiu a presidência da República com sua deposição.
Ele também chamou Eduardo Cunha de "ladrão". Como presidia a Câmara na época, Cunha foi responsável por dar abertura ao processo de cassação contra a petista e por presidir a sessão em que a maioria dos deputados aprovaram o impeachment.
Cunha havia sido denunciado em uma série de casos de corrupção. Posteriormente, ele teve o mandato cassado e chegou a ser preso na Operação Lava Jato, mas atualmente está em liberdade.
"Com juiz ladrão, acaba o jogo, e o Cunha é ladrão. Então, o cunha não pode impichar a Dilma, gente. É um absurdo! Foram pedidos 130 anos de prisão para esse cara. Como é que ele pode ser juiz da Dilma?", falou.
José de Abreu, vale destacar, nunca escondeu suas posições políticas ligadas à esquerda. Apoiador do presidente Lula (PT), o artista é um dos alvos preferenciais da direita nas redes sociais.