Por que Faustão teve prioridade na fila do transplante?
De Splash, em São Paulo
27/08/2023 19h08Atualizada em 27/08/2023 19h20
Fausto Silva, 73, recebeu hoje o transplante de coração após mais de 20 dias, conforme confirmado pelo Hospital Albert Einstein. Ele estava internado desde o dia 5 de agosto e recebeu prioridade na fila de espera para a doação por ter um quadro clínico considerado grave.
Para o transplante ocorrer, o médico precisa cadastrar o paciente na lista única, que é totalmente controlada pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Além disso, os dados inseridos na fila não identificam quem são os pacientes de meio particular ou da rede pública.
A fila para o transplante é comum e segue a ordem das solicitações — ou seja, o primeiro paciente que solicitar a doação do órgão deve recebê-lo antes dos demais. No entanto, caso o paciente esteja em um estado muito grave, existem critérios que podem priorizá-lo relação aos demais.
Apesar da posição de Faustão na fila de espera não ter sido divulgada, o Ministério da Saúde informou que ele era um caso de prioridade.
Quando os critérios técnicos são semelhantes, a ordem cronológica de cadastro, ou seja, a ordem de chegada, funciona como critério de desempate. Pacientes em estado crítico são atendidos com prioridade, em razão de sua condição clínica. Nota do Ministério da Saúde
Quais são os critérios?
A necessidade de medicamentos para ajudar o coração a bombear sangue. Caso seja o caso de um paciente, ele deve ser priorizado já que o quadro demonstra que ele não pode aguardar tanto tempo como os demais. No caso de Faustão, o fato dele precisar de remédios classificava-o como um caso de priorização.
A compatibilidade do paciente com o doador. Além do tipo sanguíneo, há também critérios como o tamanho do coração, que deve interferir na lista comum. Segundo o Ministério da Saúde, "ele recebeu um coração após constatada a compatibilidade necessária para o procedimento."
Localização. Segundo o médico cardiologista Guilherme Viganó informou ao UOL News, as filas de espera já são regionalizadas, já que não é viável transportar órgãos em distâncias muito grandes.
O procedimento cirúrgico precisa ser muito rápido. Eu não tenho muitas horas para buscar um coração muito longe. Médico cardiologista Guilherme Viganó.
Idade não é critério. Assim como não há restrição de idade para o doador, a idade de um paciente que deve receber o transplante não deve determinar em que posição ele deve ficar em uma fila de espera.