'The Idol', com filha de Johnny Depp, é cancelado na HBO após fracasso

A HBO desistiu de uma segunda temporada de "The Idol", drama do criador de "Euphoria", Sam Levinson, e o cantor The Weeknd.

A série é estrelada por Lily-Rose Depp, filha de Johnny Depp, como uma estrela pop que cai sob o domínio do dono de um clube de Hollywood. O projeto sofreu críticas negativas, e a audiência ficou aquém de outros programas recentes da HBO, virando um fracasso para o canal.

"'The Idol' foi uma das séries mais provocativas da HBO e estamos satisfeitos com a forte resposta do público", disse um porta-voz da emissora, em comunicado. "Depois de muita reflexão e consideração, a HBO, assim como os criadores e produtores, decidiram não avançar com uma segunda temporada. Somos gratos aos criadores, elenco e equipe técnica por seu trabalho incrível."

A decisão de renovar ou cancelar o "The Idol" estava em andamento até recentemente, informou o The Hollywood Reporter. Não havia um plano definido para uma sequência de várias temporadas, embora houvesse opções para continuar a série com o fim dos 5 primeiros episódios.

Leia a crítica de Splash sobre "The Idol":

A série estreou no dia 4 de junho deste ano e, desde o início, desagradou à maioria do público. Entre a atuação deplorável de The Weekend - que não deveria ter se aventurado como ator -, e cenas de sexo desnecessárias, incômodas e abusivas, é comum encontrar quem foi abandonando a produção pelo meio do caminho. Corajoso de quem chegou ao final - ou idiota.

Foi um esforço semanal assistir às tentativas de criar um roteiro que fizesse sentido no meio de tantas tramas disfuncionais e sem necessidade. "The Idol" foi lançado com a promessa de ser uma crítica à indústria da música, mas entregou o contrário.

Durante todos os episódios, acompanhamos o esquisito Tedros (The Weeknd) abusando da diva pop Jocelyn (Depp). A produção dá a entender que, para chegar ainda mais longe com sua fama, a cantora precisava lidar da maneira mais controversa possível com seus traumas e deixar um produtor assediador tomar conta de sua vida.

"The Idol" teve a chance de se redimir e mostrar que, ao final, Jocelyn perceberia o abuso que sofreu e resolveria mudar o rumo de sua carreira, desta vez sem a presença de Tedros. No entanto, durante a última cena, a estrela mostra ao mundo e aos seus fãs que, mesmo ele sendo um cafetão criminoso que sempre teve segundas intenções, ele é o amor da vida dela.

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Pois é.

É imperdoável que uma produção como essa, em pleno 2023, romantize o abuso psicológico e físico a este nível. Claro, há uma tentativa pífia de deixar a entender que Jocelyn agora está no comando, que é ela quem manda na relação. Como se aceitar o abusador de volta em sua vida fosse uma espécie de "empoderamento feminino".

Além do final revoltante, a produção faz o público se sentir idiota por perder o seu tempo assistindo a uma série que adiciona tramas sem realmente desenvolver nenhuma delas. O ex-namorado acusado falsamente de estupro? Esquecido. A melhor amiga que vai embora e deixa uma carta? Ignorada. Nada disso é desenvolvido. Em contrapartida, são inúmeras cenas de sexo que, a partir da terceira, não acrescentam em mais nada.

Há também o desperdício de bons atores. É o caso da ótima Rachel Sennott, de "Shiva Baby", que interpreta Leia; e de Da'Vine Joy Randolph, que vive a divertida Destiny. Duas ótimas artistas que poderiam ter acrescentado muito mais à narrativa, mas são deixadas de lado e pouco sabemos sobre elas. Uma pena.

Para não dizer que o título não trouxe nada de bom à indústria, a série mostrou ao mundo o potencial de Lily-Rose Depp, que até então estava em produções menores. A modelo fez o melhor que pode e entregou uma boa atuação, um dos motivos que fizeram muitos assistirem até o fim.

O outro ponto positivo de "The Idol" é deixar claro às próximas séries o que não fazer. Acho ótimo.

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