Amor Perfeito: Morte trágica de Fabiano corta o coração e expõe vida real
Ficou difícil para respirar com o capítulo desta sexta-feira (1º) em "Amor Perfeito". A morte trágica e estúpida de Fabiano (Pedro Sol) pelas mãos do próprio pai é um lembrete doloroso sobre a tragédia que nos cerca na vida real.
Enlouquecido de raiva ao ver Elza (Raquel Karro) de volta à São Jacinto com o marido Odilon (Bruno Quixote), Turíbio (Glicério do Rosário) tentou matá-la com um tiro. Um rápido lapso de consciência fez com que ele soltasse a arma, mas ela disparou do mesmo jeito ao cair no chão.
Já debilitado por conta da tuberculose, o jovem foi atingido e morreu nos braços da mãe em uma cena dramática de cortar o coração. Talvez uma das mais tristes e impactantes da história até aqui.
As atuações, claro, são responsáveis por isso em grande parte. Mas é a mensagem por trás da sequência que dói de verdade. Fabiano foi o efeito colateral de uma clara tentativa de feminicídio. Um homem que depois de tantas violências contra a ex-esposa, não soube superar tanto ódio mesmo num momento tão difícil.
Fabiano é a vítima, mas que sofreu por tabela durante todo o tempo em que essa relação abusiva existiu. E é assim na vida também. Aqueles próximos de uma dinâmica desse tipo sempre convive com os 'respingos' de todas essas violências. E como Elza falou de forma certeira, Turíbio conseguiu matá-la da mesma forma.
Coincidentemente, nessa mesma semana a série "Segunda Chamada" exibiu a morte chocante de Sônia (Hermila Guedes). A professora também foi vítima de feminicídio. Aqui, a vida escancarou de forma mais crua a realidade, e na dor dos amigos e alunos, a gente vê como esse tipo de crime deixa feridas em tudo e todos.
Há quem possa achar que a morte de Fabiano foi desnecessária, ainda mais para o horário das 18h. Particularmente, coloco a cena na lista de grandes acertos de Duca Rachid, Julio Fischer e Elísio Lopes Jr., e que poderia ter sido mais explorada, inclusive. Mas entendo as limitações. Em uma história que aborda o machismo de forma tão inteligente, tocar nessa ferida era inevitável.
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