Morre Al-Fayed, pai de Dodi, quase no mesmo dia do acidente de Lady Di
De Splash, em São Paulo
01/09/2023 19h24Atualizada em 06/09/2023 17h01
Mohamed Al-Fayed, magnata egípcio que comandou a loja de departamentos Harrods por décadas e travou uma guerra de palavras com a realeza britânica depois que seu filho morreu em um acidente de carro ao lado de Diana, morreu aos 94 anos.
"A senhora Mohamed Al Fayed, seus filhos e netos desejam confirmar que seu amado esposo, pai e avô, Mohamed, faleceu pacificamente de velhice na quarta-feira, 30 de agosto de 2023", disse a família em comunicado divulgado pelo clube de futebol Fulham FC, que pertenceu ao empresário.
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A morte de Mohamed, também conhecido como Mou Mou, acontece quase no mesma data que o acidente de Lady Di, que chocou o mundo em 31 de agosto de 1997.
Al-Fayed forçou a sua entrada na alta sociedade de Londres ao adquirir vários estabelecimentos luxuosos depois de chegar ao Reino Unido na década de 1970, e também foi proprietário do célebre Hotel Ritz em Paris durante quatro décadas.
Segundo a Forbes, atualmente, ele possui um patrimônio de aproximadamente US$ 2,1 bilhões (R$ 11,42 bilhões).
Mas nem sempre foi assim. Antes de construir tamanha fortuna, Al-Fayed teve uma vida difícil nos arredores de Alexandria, onde nasceu e conviveu com o pai, um pobre professor.
Vendedor de refrigerantes
Ainda jovem, Mohamed vendia limonada feita em casa na escola e refrigerante nas ruas até trabalhar como vendedor de máquinas de costura e também professor. Foi um período de poucos ganhos até uma virada de chave na vida do jovem egípcio, quando conheceu Adnan Khashoggi, em 1952, que mais tarde ficaria bilionário com a venda de armas.
Foi por meio da proximidade com Khashoggi que Al-Fayed obteve um bom emprego e ainda influência nos Emirados Árabes Unidos, Haiti e em Londres.
A amizade com Khashoggi também fez Al-Fayed conhecer Samira Khashoggi, irmã do comerciante internacional, com quem acabou se casando em 1954. Dessa união nasceu Emad El-Din Mohamed Abdel Mena'em Fayed, o 'Dodi Fayed'.
A união entre Al-Fayed e Samira não durou muito, e os dois se divorciaram quando Dodi tinha apenas quatro anos.
Início do império
A revolução egípcia e a crise de Suez de 1956 trouxeram uma grande oportunidade de negócios a Fayed, que nesse período já havia conquistado dinheiro e influência no mercado. Empresas, como as de navegação, estavam a preços baixos e aos poucos Fayed conseguiu fundar sua própria companhia de frotas mercantes no Egito.
Na década seguinte e já bastante rico, o egípcio se mudou para o Reino Unido, onde continuou expandindo seus negócios. Em paralelo, se tornou conselheiro do sultão de Brunei, Ali Saifuddin 3º, uma das pessoas mais ricas do mundo na época.
Riqueza consolidada e aproximação com a realeza britânica
A partir da década de 70, o império de Al-Fayed não parou de crescer e o magnata comprou o hotel Ritz em Paris em 1979; assim como a loja de departamentos Harrods, em Londres, no ano de 1984, conquistando ainda mais dinheiro e influência entre os poderosos britânicos.
No ano seguinte, se casou com a ex-modelo finlandesa Heidi Wathen e tentou se aproximar de vez da realeza no Reino Unido. Em 1986, chegou a alugar a antiga mansão de Eduardo 8º, o ex-rei que abdicou do trono em 1936.
Junto com Sydney Johnson, valete de Eduardo 8º, Fayed restaurou a residência e ainda a renomeou como "Villa Windsor", uma tentativa de se aproximar da rainha.
Foram várias tentativas de estar próximo da realeza e um dos passos importantes seria conseguir a cidadania britânica, mas um relatório do governo do Reino Unido revelou a origem e o passado humilde de Mohamed, que dizia ter riquezas desde pequeno. A mentira fez com que ele tivesse o pedido de cidadania negado por duas vezes.
Morte do filho e atualidade
Em 1997, o filho Dodi Fayed era tido como namorado da princesa Diana e estava no carro com ela no trágico acidente.
Após o caso, Al-Fayed se dedicou a provar uma teoria de que não houve acidente, mas sim uma ação planejada pela família real, que não aceitaria o fato de que ela estaria grávida de Dodi. Suas afirmações nunca foram comprovadas.
No mesmo ano da morte do filho, o milionário comprou o clube de futebol Fulham, que foi vendido em 2013 por US$ 300 milhões. Mas a maior venda de seus ativos foi a loja de departamentos Harrod's, em 2010, para um fundo no Qatar pelo preço de US$ 2,4 bilhões.