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Choro, aposentadoria da TV: como foi 1ª semana de Faustão após transplante

Faustão completa uma semana com o novo coração; transplante aconteceu no domingo (27) Imagem: Reprodução/Instagram

De Splash, em São Paulo

03/09/2023 04h00

O transplante de coração realizado em Fausto Silva, 73, no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, completa uma semana neste domingo (3). Ele tratava um quadro grave de insuficiência cardíaca, quando foi operado após o paciente que ocupava o topo da fila recusar o órgão (veja os motivos que podem levar à decisão).

O apresentador deu entrada na unidade particular de saúde em 5 de agosto. Diante do agravamento da doença, ele foi incluído na lista de espera por um transplante três dias depois.

A informação, no entanto, só veio a público no dia 20, por meio de um boletim médico. "O paciente está em diálise e necessitando de medicamentos para ajudar na força de bombeamento do coração."

Como foi a 1ª semana:

Domingo, 27 de agosto. A Central de Transplantes do Estado de São Paulo contatou o hospital, durante a madrugada, para informar sobre a disponibilidade do coração para ser transplantado no apresentador. Após avaliação de compatibilidade do órgão, a cirurgia foi realizada sem intercorrências e durou cerca de 2h30.

"A seleção gerada para a oferta do coração deste receptor, através do sistema informatizado de gerenciamento do sistema estadual de transplantes, trouxe 12 pacientes que atendiam aos requisitos. Destes, quatro estavam priorizados, sendo que o paciente ocupava a segunda posição nesta seleção", comunicou a Central.

Faustão em vídeo gravado antes da realização do transplante de coração Imagem: Reprodução/Instagram

Segunda (28). O comunicador permaneceu sedado e intubado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do hospital, com estado clínico estável e o coração funcionando conforme o esperado, segundo os médicos.

Terça (29). Fausto foi extubado durante a manhã, e horas depois já estava consciente e conversando normalmente. "Apresenta boa função do coração e permanece na Unidade de Terapia Intensiva", explicou a equipe do Einstein.

Quarta (30). O artista concedeu a primeira entrevista após o transplante ao colunista Flavio Ricco, do R7, durante a noite. "Eu não sinto dor alguma. Já estou andando, sentando, isso três dias depois da cirurgia", disse o famoso.

Quinta (31). No dia seguinte, por volta das 7h30, ele falou com o colunista de Splash Lucas Pasin sobre o primeiro pensamento quando acordou da cirurgia: "motivar a doação de órgãos".

"Só tenho a agradecer aos meus médicos e ao SUS. Tudo isso também é graças ao SUS. Não é porque eu tenho dinheiro que estou bem. Tudo isso que fiz também é feito no SUS, e isso precisa ser valorizado. É importante que todos se informem sobre, e essa será agora a minha missão." Fausto Silva

Horas depois, o apresentador gravou um vídeo agradecendo à família do doador do novo coração. O vídeo foi publicado no perfil Faustão do meu Coração, criado pela família do comunicador para divulgar a doação de órgãos.

Eu fico emocionado porque ele me deu a chance de viver de novo. Agradecer ao Érisson, irmão do Fábio, a Jaqueline, a viúva. Esses que eu tenho que agradecer. Às pessoas das mais humildes, que na hora que precisei, me deram um coração novo. Eu sei que na internet tem um monte de merda, os caras falando bobagem. Se eu tivesse preocupado com isso, não teria nem começado a minha carreira. Portanto, você que gosta de mim: eu tenho que dar uma satisfação para você. Faustão

Faustão disse que sua recuperação é fantástica. "Eu não acreditava que isso fosse acontecer. Para mim foi uma tremenda surpresa, mas especialmente para José Pereira da Silva, pai do Fábio, que teve morte natural. Graças à imensa generosidade dele, do irmão e da viúva, estou vivo. Vou agradecer sempre, e espero pessoalmente agradecer. A única coisa que eu prometo é honrar a memória do seu filho fazendo só coisas boas."

Sexta (1º). O apresentador afirmou que não quer mais voltar à TV, em conversa com o colunista Lucas Pasin. "Já fiz a minha parte. Não volto mesmo para a televisão. Melhor sair deixando saudade, do que encher o saco do público até não poder mais. Quero fazer algo para o YouTube. Não sei o que ainda, mas é uma possibilidade que eu não descarto. Vamos ver."

O que aconteceu:

Faustão fez transplante após agravamento de quadro de insuficiência cardíaca Imagem: Reprodução/Band

O apresentador deu entrada no Albert Einstein no dia 5 de agosto para tratamento de um quadro de insuficiência cardíaca, condição que vinha sendo acompanhada pela equipe médica desde o ano de 2020.

Diante do agravamento da doença, ele foi incluído na lista de espera por um transplante no dia 8 de agosto. A informação, no entanto, só veio a público no dia 20, por meio de um boletim médico.

"Ele encontra-se sob cuidados intensivos e, em virtude do agravamento do quadro, há indicação para transplante cardíaco. O paciente está em diálise e necessitando de medicamentos para ajudar na força de bombeamento do coração", informou o documento.

O comunicador recebeu o novo coração no domingo (27), em cirurgia realizada sem intercorrências. Na terça-feira (29), Fausto foi extubado, estava consciente, conversando e com boa função do novo órgão.

Luciana Cardoso, 46, mulher do apresentador, explicou, por meio das redes sociais, por que a família optou por manter a necessidade de transplante longe dos holofotes. "A princípio, achamos que preservar o quadro clínico e a necessidade do transplante seria a melhor opção. Mais uma vez, as coisas tomaram outro rumo e o transplante foi anunciado por uma rádio. Com toda transparência que nos é característica, confirmamos a notícia."

Como funciona a fila:

Faustão recebeu coração no domingo (27) Imagem: Reprodução

A fila é única e controlada pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Pacientes das redes pública e privada estão sujeitos aos mesmos critérios técnicos, que consideram tipagem sanguínea, compatibilidade de peso e altura, genética e gravidade — que varia de acordo com cada órgão. Quando há empate, a ordem de chegada funciona como um critério de desempate.

"Os pacientes mais críticos, em situações mais graves, têm o direito de serem transplantados antes de pacientes menos críticos. O sistema faz esse ranqueamento de acordo com a gravidade da situação do paciente.", explica a coordenadora-geral do Sistema Nacional de Transplantes.

Critérios de gravidade. "No transplante cardíaco, por exemplo, o critério de prioridade número um é aquele paciente que foi transplantado e que o órgão não funcionou. Esse paciente passa na frente de qualquer outro paciente em lista. Esse é o primeiro critério de gravidade", completa a médica.

Os dados inseridos na fila não identificam quem são os pacientes de meio particular ou da rede pública.

Mais de 90% das cirurgias são feitas pelo SUS, mas pacientes que quiserem podem realizar o procedimento na rede particular, com seu médico de preferência. Independentemente da escolha, a captação do órgão continua sendo feita pela rede pública.

A doação de alguns órgãos pode ser feita por um doador vivo, mas a maioria vem apenas de uma pessoa já morta. Neste caso, a família do possível doador deve autorizar o procedimento.

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