Chuva, perrengue, fura-fila e brazucas no topo: como foi 1º dia do The Town
De Splash e colaboração para Splash, em São Paulo
03/09/2023 01h01
E a abertura da primeira edição do The Town chegou ao fim. O sábado (2) contou com muitos shows, perrengues dentro e fora, famosos, muita chuva e brasileiros se destacando.
Veja os destaques (positivos e negativos) do primeiro dia do festival que rola no Autódromo de Interlagos, em São Paulo.
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E esse trem que não vem?
O The Town começou com falhas no transporte público de São Paulo. Com a organização apoiando o uso do metrô e trem para o festival, a linha 9-esmeralda apresentou maior tempo de parada desde a manhã deste sábado (2).
A estudante Laura Rosa, de 23 anos, contou que demorou quatro horas para fazer o trajeto da estação República, no centro de São Paulo, até o Autódromo de Interlagos.
"Faltando uma estação para o Autódromo, o metrô parou porque tinha dado problema. Aí a gente teve que descer todo mundo, ficamos uns 40 minutos esperando outro trem".
Quer meu lugar? É R$ 50
Splash ouviu relatos de desorganização, "vendedores" de lugar na fila e demora para passar pela revista assim que o público chegava ao Autódromo de Interlagos.
"Cheguei 13h26. Queria pegar o show que começavam 14h40. Tinha uma fila de 2 km no Portão 9. Indicaram que o outro portão também estava igual. Cruzamos o autódromo inteiro, e foi mais 1h de fila de entrada. Eu entrei 15h58, perdi um monte de show", disse à reportagem Vivian Schaeffer, 45, produtora cultural.
Spash entrou em contato com a organização do The Town para um posicionamento. O espaço ainda segue aberto.
Chove chuva...
São Paulo é a terra da garoa, e a cidade fez jus ao nome hoje. Por volta das 18h, uma chuva forte começou no autódromo, atrapalhando os planos do público que lotava o festival.
A praça de alimentação, um dos poucos espaços cobertos do festival, atingiu a lotação de 2 mil pessoas após o início da chuva e fechou as portas: a entrada era liberada conforme clientes saíam do local.
No entanto, com a abundância de pessoas aguardando do lado de fora, sem proteção alguma na cabeça, formou-se um tumulto e seguranças precisaram agir para conter tentativas de abrir as portas à força.
Quem se deu bem foram os vendedores de capa de chuva. Cada um saía R$ 20 e, pela lógica da oferta e demanda, a venda deu um boom por questão do tempo ruim. Mesmo assim, qualquer espaço com algum teto ou proteção virou ponto de encontro.
Vamos falar de música então?
Muita gente, muita chuva, shows relativamente curtos, uma cantora pop fazendo heavy metal cercada por funk e hip hop por todos os lados. O dia de abertura do primeiro The Town teve Demi Lovato fazendo o show mais impactante, os heróis da cena local Criolo, Planet Hemp e Racionais MC´s trazendo emoção encharcada e duas estrelas internacionais desempenhando dentro do esperado, Post Malone e Iggy Azalea.
É que o esperado de cada um é bem diferente. O cantor americano fez o show de sempre, mas com a simpatia inegável e um bom punhado de sucessos. Já a cantora australiana fez uma apresentação monótona: os rebolados habituais e as canções bem simplórias, mesmo que agitadas.
Demi Lovato foi a estrela internacional que mostrou reinvenção com as versões roqueiras de seus hits. Cantou muito e cedeu espaço para Luísa Sonza no esperadíssimo dueto em "Penhasco2".
Entre os brazucas, a união fez a força. A Orquestra Sinfônica de Heliópolis deu uma moldura emocionante aos clássicos hip hop dos Racionais MC's. Já o Planeta Hemp emprestou guitarras ao som de Criolo e deixaram o paulistano muito descontraído no palco, como poucas vezes ele esteve. E, ainda à tarde, o combo funk de MC Hariel, MC Ryan e MC Cabelinho mostrou como sangue jovem e cabeça inteligente pode produzir uma festa musical.
No balanço do dia, a estreia do The Town na parte musical foi muito mais interessante do que o esperado.