Chuva, perrengue, fura-fila e brazucas no topo: como foi 1º dia do The Town

E a abertura da primeira edição do The Town chegou ao fim. O sábado (2) contou com muitos shows, perrengues dentro e fora, famosos, muita chuva e brasileiros se destacando.

Veja os destaques (positivos e negativos) do primeiro dia do festival que rola no Autódromo de Interlagos, em São Paulo.

E esse trem que não vem?

O The Town começou com falhas no transporte público de São Paulo. Com a organização apoiando o uso do metrô e trem para o festival, a linha 9-esmeralda apresentou maior tempo de parada desde a manhã deste sábado (2).

A estudante Laura Rosa, de 23 anos, contou que demorou quatro horas para fazer o trajeto da estação República, no centro de São Paulo, até o Autódromo de Interlagos.

"Faltando uma estação para o Autódromo, o metrô parou porque tinha dado problema. Aí a gente teve que descer todo mundo, ficamos uns 40 minutos esperando outro trem".

Linha 9-esmeralda tem lotação na estação Pinheiros sentido estação Autódromo, no primeiro dia do The Town
Linha 9-esmeralda tem lotação na estação Pinheiros sentido estação Autódromo, no primeiro dia do The Town Imagem: Reprodução/Twitter

Quer meu lugar? É R$ 50

Splash ouviu relatos de desorganização, "vendedores" de lugar na fila e demora para passar pela revista assim que o público chegava ao Autódromo de Interlagos.

"Cheguei 13h26. Queria pegar o show que começavam 14h40. Tinha uma fila de 2 km no Portão 9. Indicaram que o outro portão também estava igual. Cruzamos o autódromo inteiro, e foi mais 1h de fila de entrada. Eu entrei 15h58, perdi um monte de show", disse à reportagem Vivian Schaeffer, 45, produtora cultural.

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Spash entrou em contato com a organização do The Town para um posicionamento. O espaço ainda segue aberto.

Fila para revista ao entrar no The Town; espera de 2 horas para entrar no primeiro dia do festival
Fila para revista ao entrar no The Town; espera de 2 horas para entrar no primeiro dia do festival Imagem: Vivian Schaeffer/Arquivo Pessoal

Chove chuva...

São Paulo é a terra da garoa, e a cidade fez jus ao nome hoje. Por volta das 18h, uma chuva forte começou no autódromo, atrapalhando os planos do público que lotava o festival.

A praça de alimentação, um dos poucos espaços cobertos do festival, atingiu a lotação de 2 mil pessoas após o início da chuva e fechou as portas: a entrada era liberada conforme clientes saíam do local.

No entanto, com a abundância de pessoas aguardando do lado de fora, sem proteção alguma na cabeça, formou-se um tumulto e seguranças precisaram agir para conter tentativas de abrir as portas à força.

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Quem se deu bem foram os vendedores de capa de chuva. Cada um saía R$ 20 e, pela lógica da oferta e demanda, a venda deu um boom por questão do tempo ruim. Mesmo assim, qualquer espaço com algum teto ou proteção virou ponto de encontro.

Chuva castiga o primeiro dia de The Town
Chuva castiga o primeiro dia de The Town Imagem: Paulo Borgia/UOL

Vamos falar de música então?

Muita gente, muita chuva, shows relativamente curtos, uma cantora pop fazendo heavy metal cercada por funk e hip hop por todos os lados. O dia de abertura do primeiro The Town teve Demi Lovato fazendo o show mais impactante, os heróis da cena local Criolo, Planet Hemp e Racionais MC´s trazendo emoção encharcada e duas estrelas internacionais desempenhando dentro do esperado, Post Malone e Iggy Azalea.

É que o esperado de cada um é bem diferente. O cantor americano fez o show de sempre, mas com a simpatia inegável e um bom punhado de sucessos. Já a cantora australiana fez uma apresentação monótona: os rebolados habituais e as canções bem simplórias, mesmo que agitadas.

Mano Brown se apresenta com o Racionais MC's e a orquestra sinfônica de Heliópolis
Mano Brown se apresenta com o Racionais MC's e a orquestra sinfônica de Heliópolis Imagem: BrazilNews
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Demi Lovato foi a estrela internacional que mostrou reinvenção com as versões roqueiras de seus hits. Cantou muito e cedeu espaço para Luísa Sonza no esperadíssimo dueto em "Penhasco2".

Entre os brazucas, a união fez a força. A Orquestra Sinfônica de Heliópolis deu uma moldura emocionante aos clássicos hip hop dos Racionais MC's. Já o Planeta Hemp emprestou guitarras ao som de Criolo e deixaram o paulistano muito descontraído no palco, como poucas vezes ele esteve. E, ainda à tarde, o combo funk de MC Hariel, MC Ryan e MC Cabelinho mostrou como sangue jovem e cabeça inteligente pode produzir uma festa musical.

No balanço do dia, a estreia do The Town na parte musical foi muito mais interessante do que o esperado.

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