Bruno Mars faz melhor show do The Town e mostra ser o rei do pop atual
Thales de Menezes
Colaboração para Splash, em São Paulo
04/09/2023 00h50
Agora sim, é possível dizer que o The Town veio para trazer grandes estrelas a São Paulo. Os fãs de Post Malone, atração principal do primeiro sábado (2) do festival, precisam entender que sua extrema simpatia e seu repertório sacudido não o levam exatamente à prateleira mais alta do pop mundial. Mas, neste domingo (3), Bruno Mars fez a primeira apresentação no evento e mostrou o que é um popstar que realmente hipnotiza o público. Ele desfilou irresistíveis sucessos chacoalhantes, comandando uma festa que deve se repetir no próximo domingo, dia 10, quando ele encerra o The Town 2023.
Veja fotos de famosos no 2° dia do festival The Town
Famosas apostam em transparência no 1° dia de The Town
Relacionadas
São tantos sucessos que Mars reuniu em medleys pontuados no setlist, principalmente as canções mais românticas, as "lentas", como "Please Me" e "It Will Rain", esta recebida como um hino pela plateia. Já as feitas para rachar assoalhos ganham versões poderosas. Exemplo impecável é "24K Magic", na abertura matadora, escoltada por "Finesse", outra favoritíssima dos fãs. "Billionaire" foi um verdadeiro karaokê gigante de 100 mil vozes. E tudo isso se soma à simpatia habitual, como o coro improvisado em português "eu quero você, gatinha" em "Calling All My Lovelies". Mars também abre espaço para solos de músicos da banda e chama o tempo todo a atenção para seus vocalistas-dançarinos-instrumentistas, seus parças no palco.
Ele inventa uma brincadeira de sentar-se ao piano e tocar trechos de antigos hits, de "Grenade" a "Leave the Door Open", passando por "Talking to the Moon" e outras, perguntando se o público está lembrado dessas músicas. Não só está lembrado como canta todas junto com o astro. E a plateia ganha como prêmio uma versão emocionante de "When I Was Your Man".
É engraçado que o encadeamento de um hit atrás do outro pode dar a impressão que Mars tem uma produção gigante. Mas vale ressaltar que ele tem pouca atividade em estúdio. Os três álbuns que gravou foram lançados na década passada: "Doo-Woops & Hooligans" (2010), "Unorthodox Jukebox" (2012) e "24K Magic" (2016). Além desses discos, que sustentam a maior parte do repertório do show no The Town, foram poucos singles esporádicos.
Essa ausência de material novo não diminui a importância de Bruno Mars fazer agora essas apresentações em São Paulo. Ele é uma estrela internacional com poucas passagens no país, apenas duas vezes: três shows em 2012 e quatro em 2017. E vale destacar que o artista não é nada preguiçoso quando sobe ao palco. Os arranjos são retrabalhados várias vezes, e mesmo hits que o público conhece de cor podem trazer surpresas. O primeiro show no The Town foi cheio dessas nuances.
Aí ganham força bombas dançantes como "That´s What I Like", "Marry You" e "Runaway Baby". Uma melhor que a outra, sem falar no momento solo engraçadinho do pianista da banda tocando "Evidências" para o público cantar, num momento sertanejo no The Town. Tudo funcionou.
Para falar de um problema fora do controle de Mars, os telões pequenos no palco Skyline. Poderiam ser maiores, para ajudar a turma do fundão de 100 mil pessoas. E ter uma captação de imagem melhor, com closes. Mas passa por cima disso um comboio de sucessos, como o encerramento arrasador com "Locked Out of Heaven", "Just the Way You Are" e o megahit "Uptown Funk". Para mostrar ao público paulistano que um popstar está na cidade.