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Lorena Comparato denuncia assédio em viagem de ônibus: 'Estou atordoada'

Lorena Comparato, 33, denunciou hoje um assédio que sofreu em uma viagem de ônibus.

Em entrevista a Splash, a atriz, conhecida por seu trabalho em séries como "Rensga Hits!" (Globoplay) e "Impuros" (Star+), afirma que foi vítima durante uma viagem do Rio de Janeiro para São Paulo, na madrugada de ontem (3).

Lorena diz que um homem apertou sua coxa enquanto ela dormia. "Eu estava dormindo, deitada. E acordo com alguém apertando a minha coxa. Aí, eu acordei muito assustada. Era um cara, que rapidamente virou de costas e começou a fazer xixi no chão do corredor", conta ela, que estava em um assento leito-cama. "Ele saiu, abriu a porta do que seria o leito. Nessa área do leito, embaixo, não tem banheiro. Então nem sei o que ele estava fazendo lá, porque o banheiro é na parte de cima", explica.

Ela afirma que, pouco depois, o homem tentou voltar ao mesmo corredor após assediá-la, mas recuou. "Eu fiquei muito receosa de dormir novamente. E aí não deu outra. Depois de uns 20, 30 minutos, ele abriu a porta de novo. Só que dessa vez eu tava acordada, ele me olhou. Quando ele viu que eu tava acordada, fechou a porta."

Segundo a atriz, o homem estava bêbado. "Era um cheiro de cachaça, assim... Era uma pessoa muito bêbada. Muito bêbada mesmo."

Lorena afirma que ficou com receio de interfonar e atrapalhar o motorista. "Tem um telefone que você pode ligar pro motorista. Só que eu sinto tanto medo de incomodar as pessoas, que eu falei: 'Cara, eu não vou ligar. Eu não vou incomodar o motorista pra ele parar o ônibus.' E a verdade é que eu tenho que ir contra essa minha sensação. Tem que ligar, sim. Tem que parar o ônibus, sim. Essas pessoas têm que sofrer as consequências dos atos delas."

A atriz disse que avisou o motorista na parada e recebeu ajuda, mas que não conseguiu apontar o agressor porque o ônibus estava escuro no momento do assédio. "Eu avisei a ele o que tinha acontecido. Até porque o veículo tava todo [urinado]. E o cara ficou muito revoltado. Ele ligou todas as luzes do ônibus e me pediu pra tentar reconhecer o cara. Eu meio que reconheci, mas como tava tudo muito escuro, é muito difícil também você acusar alguém. Sabe, você tem que ter certeza absoluta, e eu acho que isso é muito delicado. Então, o motorista fez um discurso longuíssimo falando que isso era inaceitável. Que assédio é crime e que ele iria chamar a polícia se qualquer outra palhaçada acontecesse no ônibus dele. Eu te confesso que eu me senti assim... Foi horrível, mas eu me senti acolhida pelo motorista e por [outro passageiro]."

Lorena tentou filmar o homem, mas não conseguiu. "O celular estava com flash, e a porta refletiu. Não dá pra ver o cara. Mas eu consegui tirar foto do chão cheio de xixi."

Ela conta que fez uma denúncia à Auto Viação 1001, empresa responsável pela viagem, mas que recebeu apenas uma mensagem. "[A companhia] tem uma ouvidoria só de assédio. Ou seja, é uma coisa muito comum. É pra você entrar em contato quando o assédio estiver acontecendo com você. Eles demoraram um pouquinho pra me responder e, quando eles me responderam, falaram que não compactuam com esse tipo de coisa. E que eles sentem muito pelo que aconteceu. [...] E é isso."

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A artista diz que se sente "atordoada", mas que pensa em procurar a polícia. "Eu me sinto uma cidadã responsável de fazê-lo. Pra registro, para as pessoas saberem que esse crime está acontecendo, sabe? Então, eu ainda não entrei em contato com a polícia. Mas também tô indo na minha limitação. Talvez hoje eu entre, talvez amanhã eu consiga fazer. Mas é isso, toda vez que você vai contar a história, você revise, você recria aquilo, né? E é difícil.

Lorena diz que, apesar de ter ficado "chocada e atônita" com o assédio, não quer deixar de viajar de ônibus. "A imagem vem na minha cabeça direto. Eu tenho uma sensação na coxa até. Eu sinto a pressão na coxa. Porque eu tava dormindo, então eu realmente acordei muito assustada. E o que eu quero fazer é cuidar de mim, me tratar o máximo possível pra isso não atravancar a minha vida. Eu não quero parar de viajar por causa disso. Eu não quero ter medo de dormir em lugar público por causa disso. Porque quem tá errada é essa pessoa criminosa. Não sou eu."

Splash tentou contato com a Auto Viação 1001, que emitiu a seguinte nota:

"A Auto Viação 1001 lamenta profundamente o ocorrido, se solidariza e está em contato com a vítima para prestar todo o apoio necessário. Informa que adota protocolos que visam conter e denunciar casos de assédio e importunação a seus passageiros, a fim de contribuir para que todos façam uma viagem segura. A empresa disponibiliza ainda um canal de suporte 24h dedicado para vítimas de assédio, o SOS BUS, que pode ser acionado via WhatsApp no número (11) 98975-3819. A Auto Viação 1001 reforça que repudia qualquer forma de assédio."

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