Victor Meyniel: agressor mudou postura após chegada de amiga, diz defesa

Tudo teria começado com uma pergunta: 'Ninguém sabe que você é gay?'. Espancado na portaria de um prédio na madrugada de domingo, no Rio de Janeiro, o ator Victor Meyniel terá o caso de agressão levado à Justiça. Para a sua defesa, trata-se de um crime de homofobia.

A Splash, a advogada de Victor, Maíra Fernandes, fala que o ator foi vítima de homofobia. A defesa do ator acredita que o motivo da violência teria sido a exposição da sexualidade do agressor, Yuri de Moura Alexandre, preso em flagrante. Splash procurou a defesa de Yuri de Moura Alexandre, mas ainda não obteve retorno. Caso haja resposta, a nota será atualizada. O espaço segue aberto.

O que conta a defesa de Victor?

Victor e Yuri se conheceram em uma boate que fica na rua Siqueira Campos, em Copacabana, onde funcionava a antiga Fosfobox, atual Substation. Segundo a defesa, eram aproximadamente 4h30 quando Victor estava na varanda para fumantes, e Yuri chegou com uma taça de vinho em mãos querendo entrar no clube. A pessoa da recepção teria negado sua entrada com a taça, e os dois teriam começado a conversar do lado de fora.

Yuri convidou Victor para ir à sua casa, em Copacabana. Ele disse que dividia apartamento com uma amiga que estava fazendo plantão e que, portanto, a casa estaria vazia. No local, eles conversaram, beberam e ficaram.

A atitude de Yuri teria se transformado com a chegada da amiga, por volta das 7h30. Conforme a defesa, a chegada da outra moradora pegou Yuri de surpresa e, neste momento, o rapaz teria se tornado agressivo. Ele empurrou Victor para fora do apartamento. O ator, que estava descalço, pediu seus sapatos de volta para poder ir embora. Os mesmos foram jogados por Yuri através da porta.

Victor desce por um dos elevadores, e Yuri desce pelo outro, e ambos se encontram na portaria. Neste momento, Victor teria perguntado o que ocasionou a mudança de comportamento de Yuri: 'O que aconteceu, ninguém sabe que você é gay?'. Este teria sido o questionamento que ocasionou as agressões.

Conforme a defesa de Victor, a pergunta sobre sexualidade, feita perto de onde estava sentado o porteiro, teria sido o que deixou Yuri transtornado. Depois disso, ele desfere uma sequência de socos em Victor, que aparece em imagens da câmera de segurança caído no chão.

Yuri foi preso em flagrante

Após a agressão, Yuri deixa o prédio em direção a uma academia, e Victor é quem aciona a polícia. Em 30 minutos, quando a viatura chega ao local, Yuri também retorna, e é preso em flagrante.

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Yuri foi autuado por lesão corporal, injúria por preconceito e falsidade ideológica. No momento da prisão, ele chegou a se identificar como médico militar, confessando posteriormente que é médico residente.

O porteiro do prédio em que Yuri reside, Gilmar José Agostini, foi autuado por omissão de socorro. Quando a delegada Débora Rodrigues foi ao prédio para pedir as câmeras, o porteiro recusou se identificar. Por isso, foi levado para a delegacia, onde foi autuado por omissão de socorro. Nas câmeras, é possível ver que ele assiste às agressões sentado em uma cadeira.

O que acontece agora?

Preso em flagrante por ser acusado de injúria com preconceito homofóbico, que é inafiançável, Yuri teve a prisão convertida para preventiva após audiência de custódia realizada na tarde desta segunda-feira. O caso segue para julgamento no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.

A decisão de manter a prisão preventiva de Yuri foi do juiz de direito Bruno Rodrigues Pinto. "A periculosidade do custodiado, evidenciada na gravidade concreta do delito, demonstra a necessidade de se acautelar o meio social, que não pode ser velado, neste momento, por nenhuma outra medida cautelar constritiva de liberdade, nada impedindo, por motivo óbvio, que o Juízo Natural faça nova análise da questão em destaque", afirma em parte da sentença.

Qual pode ser a sentença? Por lesão corporal, ele pode cumprir pena de 3 meses a um ano. Por injúria por preconceito, pena de 2 a 5 anos e multa. Já por falsidade ideológica, a pena é de 1 a 5 anos.

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Já o porteiro Gilmar pode cumprir detenção de 1 a 6 meses multa. O crime de omissão de socorro não admite prisão preventiva.

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