'Pior coisa que aconteceu na minha vida', diz Bruno de Luca após depoimento
O ator Bruno de Luca prestou depoimento hoje na 16ª DP (Barra da Tijuca), no Rio, sobre o atropelamento do amigo Kayky Brito, na madrugada de sábado (2). "Estou traumatizado. Pior coisa que aconteceu na minha vida. Ainda estou muito assustado. O Kayky é meu melhor amigo, a gente estava escrevendo uma peça juntos. Estava ali se divertindo, depois fui pagar a conta e aconteceu o que vocês viram. Agora, ele precisa se recuperar. Agradeço as mensagens que tenho recebido para passar para ele. Espero tomar conta da minha cabeça e seguir em frente. ", disse após esclarecer pontos com a polícia, em depoimento que durou por volta de 1h40.
Bruno ainda comentou brevemente sobre a reação que teve ao ver o acidente, quando colocou as mãos na cabeça. "Foi a única reação que eu tive, vocês viram. Não aguento mais ver [o video do acidente]. Se vocês puderem parar, eu agradeço muito", completou.
Bruno vem se mantendo calado, recluso e sem atender a imprensa ou se manifestar. Amigos próximos ouvidos por Splash contam que ele só chora. "Está triste, abalado", lamentou uma amiga que pediu sigilo da identidade. Quem também depôs hoje é Edivan Martins, funcionário que trabalha no quiosque onde a dupla estava. "Chegaram por volta da 0h e cada um tomou três vodkas com energético. Não pareciam estar embriagados. Estavam andando e conversando normalmente", disse ao chegar à DP.
Ângelo Lages, delegado titular da 16ª DP aponta Bruno como a principal testemunha do caso, já que Kayky foi até o carro do amigo minutos antes do atropelamento e parece pegar "algo" na porta do passageiro. O delegado também questionou os motivos que levaram Bruno a abandonar o carro na praia e não prestar socorro a Kayky.
Outros detalhes que chamaram a atenção do delegado foi o fato de Bruno só ter ido buscar o carro no dia seguinte. Segundo a autoridade policial, o ator deixou o local do acidente de táxi. Bruno aparece nas imagens atordoado, indo de um lado e para outro, colocando as mãos na cabeça, desorientado e não se dirige ao local exato do acidente, onde Kayky permanece no chão.
Nas imagens ele parece desesperado, coloca as mãos na cabeça, mas em nenhum momento vai em direção do local do acidente, onde o amigo já está caído ao chão. Quero entender melhor o que aconteceu. Quem socorreu? Quem chamou o socorro? Pra onde ele foi depois do acidente? Por que abandonou o carro dele no local e foi embora de táxi? O que o Kayky foi buscar no carro, ele é a principal testemunha, precisa nos explicar toda a circunstância do acidente.
Pedido de socorro
O motorista do aplicativo, envolvido no acidente, identificado por Diones Coelho da Silva, 41 anos, disse com exclusividade a Splash que parou imediatamente quando percebeu a gravidade do atropelamento e chamou o socorro. "Eu parei de imediato, chamei os bombeiros e fui até a vítima. Os socorro chegou rápido, menos de 10 minutos", explicou Diones. Ainda segundo relatos, Kayky já caiu desacordado na hora do impacto.
O motorista já prestou depoimento e no mesmo dia se prontificou a fazer o exame para detectar álcool, substância tóxica ou entorpecente no organismo. A reportagem teve acesso exclusivo ao resultado do laudo, que aponta que ele não havia consumido nada alcoólico ou qualquer substância de efeito análogo.
No boletim de ocorrência, registrado como lesão corporal culposa, quando não há intenção do ato, Diones disse que Kayky cruzou a pista repentinamente correndo, que ele trafegava na faixa da esquerda quando tentou desviar, jogando o carro para a faixa da direita. Mesmo assim, não conseguiu evitar a colisão.
O prefeito do Rio, Eduardo Paes, determinou que a CET-Rio apresente uma mudança do limite de velocidade nas vias que ficam na orla da cidade, a qual ele chamou de "excessiva".
Perícia
Ainda sobre as investigações, o delegado deve enviar para a perícia informações técnicas que vão apontar a velocidade real do veículo no momento do acidente. "A perícia de áudio e vídeo da polícia vai utilizar as imagens obtidas no local do acidente, para precisar o deslocamento do carro e chegar até a velocidade que ele vinha", explicou.
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Quero receberO advogado de defesa do motorista, Dr Julio Cesar Filho, contou a Splash que uma nova testemunha será ouvida ainda hoje. "Acrescentei no processo a identidade de uma outra testemunha. Uma pessoa que flagrou o acidente por outro ângulo e pode ajudar a entender toda a dinâmica do acidente. Além da testemunha, novas imagens do dia do atropelamento", finalizou.
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