Frejat enaltece blues brasileiros: 'Eu e Cazuza ajudamos na construção'

Frejat, 61, conversou com Zeca Camargo, no programa Splash Entrevista, sobre seu mais novo projeto musical, Frejat em Blues, que estreia no dia 27 de outubro, no Rio de Janeiro.

"Esse é um projeto que eu já tenho há muitos anos. Várias canções que estou colocando no repertório desse espetáculo já vinham sendo trabalhadas desde 2018."

O objetivo do projeto é celebrar a influência do blues sobre o panorama musical nacional. "O repertório busca exagerar ou destacar a presença do blues e de sua linguagem dentro da música brasileira - e, ao mesmo tempo, brincar com alguma canção brasileira [de outro gênero] que você possa 'bluesear'."

Em respeito a essa premissa, a playlist de Frejat em Blues não inclui temas em idioma estrangeiro. "Não tem nenhuma música em inglês dentro do repertório. É tudo em português, justamente mostrando a conexão da música brasileira com essa linguagem."

Frejat faz questão de se orgulhar de estar entre os pioneiros nessa modalidade musical no Brasil. "Eu e Cazuza fizemos parte do time de artistas que construíram uma linguagem de blues brasileiros que existe - diferente, por exemplo, de vários grupos de blues que são brasileiros, mas cantam em inglês. Não tem nada a ver com isso."

Do rock ao hip hop

Expoente confesso do rock, Frejat acredita que o gênero dialogou com a juventude de outrora como o hip hop conversa com a 'galera' atual. "Com certeza, o recado jovem hoje está dentro da linguagem do hip hop. Acabou sendo uma música que faz uma trilha sonora, uma moldura musical para o recado que o jovem quer ouvir, o papo que faz sentido para ele."

Ele defende, entretanto, que as letras do Barão Vermelho - sua antiga banda - seguem falando ao ouvinte de qualquer faixa etária. "O jovem continua se reconhecendo nesse discurso, porque ele faz sentido. Algumas [músicas da banda] têm esse elemento de que é um recado jovem, então todo jovem vai sempre se reconhecer [nelas]. Mas tem outras onde o recado não tem idade, e aí funciona para todo mundo, sempre."

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Titãs, o reencontro

Contemporâneos a Frejat e ao Barão, os roqueiros do Titãs fizeram recentemente uma turnê de reencontro, sugestivamente intitulada Para Dizer Adeus.

Mesmo sem ter podido conferir presencialmente algum dos shows, Frejat celebra a reunião do conjunto que tanto admira e respeita. "Não consegui ir, mas assisti quando foi transmitido pela televisão. Achei lindo o reencontro! Foi feito com a categoria e a qualidade que eles merecem."

Ele não descarta, inclusive, uma iniciativa similar envolvendo os ex-Barão Vermelho no futuro. "Faz todo o sentido, porque era justamente o que eu tentava projetar para o Barão. Chega um momento em que, pela quantidade de coisas que você fez, de caminhos e de realizações, você entra num certo estágio celebratório da tua obra. Todas as grandes bandas não vão passar de 10 discos. O Barão tem 15!"

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